Fona herzogae: Conheça o dinossauro de 99 milhões de anos que vivia no subterrâneo

00:02 | Ago. 06, 2024

Por: DW

Fósseis encontrados no estado de Utah, nos Estados Unidos, indicam que espécie cavava túneis e passava parte da vida abaixo da terra.Uma descoberta feita por arqueólogos nos EUA se tornou um novo avanço para o estudo da vida dos dinossauros, 200 anos após a primeira evidência de sua existência ter sido apresentada à comunidade científica. Fósseis de uma nova espécie encontrada no estado de Utah indicam que estes animais não viviam apenas acima da terra, mas também em túneis subterrâneos. As ossadas, entre as mais completas deste tipo encontrada na América do Norte até o momento, pertencem ao Fona herzogae, espécie ancestral ao Thescelosaurus que viveu há 99 milhões de anos atrás, cerca de 30 milhões de anos antes do conhecido Tiranossauro Rex. Trata-se de um pequeno bípede herbívoro, do tamanho aproximado de um cachorro grande, com braços curtos e cauda longa, que agora ajuda os cientistas a compreenderem melhor a vida dos dinossauros entre o começo e o final do período Cretáceo. Os fósseis foram encontrados em 2013, mas o estudo que identifica a nova espécie e dá pistas de seu habitat alternativo foi publicado em julho deste ano na revista científica The Anatomical Record. A pesquisa indica que estes animais viviam em um grande ecossistema de planície de inundação, em meio a um oceano a leste e vulcões a oeste. Um ambiente quente e úmido, que teria levado à vida abaixo da terra. Foi a preservação de sua ossada que permitiu aos arqueólogos apontarem características da vida subterrânea, algumas compartilhadas com outras espécies. O Fona possui características físicas com animais conhecidos por cavar e viver em túneis, como bíceps musculosos, pontos de fixação muscular nos quadris e ossos fundidos ao longo da pélvis. Ainda, possui pés grandes em comparação com o resto do corpo, que seriam usados como pás para cavar. O conjunto de características seria um indicativo de um corpo adaptado para o habitat subterrâneo. Mas a principal evidência de sua vida abaixo da terra é a de que as ossadas de animais que viviam em região de inundação, principalmente os pequenos, normalmente são encontradas espalhadas ou apodrecidas. Não é o caso do Fona, que foi identificado em grande quantidade e com a ossada completa, preservada na pose original da morte, com o peito para baixo e as pernas dianteiras abertas, como indicam os responsáveis pelo estudo. Uma característica diferente de seus vizinhos encontrados na região. Segundo os cientistas, o mais provável é que estivessem em tocas no momento da morte, um comportamento similar que foi documentado ou inferido em outros tecelossaurinos, seus descendentes. A estrutura subterrânea serviria como proteção de predadores e, depois da morte, como abrigo para chuvas e outros distúrbios, mantendo a ossada preservada. No entanto, os túneis cavados pelo Fona ainda não foram identificados, mas câmaras subterrâneas de seu parente, o Oryctodromeus, foram encontradas nos estados de Idaho e Montana. gq (ARD, OTS)