Ativista contra a caça às baleias Paul Watson é preso na Groenlândia
A polícia da Groenlândia prendeu o proeminente ambientalista canadense Paul Watson após um mandado de prisão internacional emitido pelo Japão, informaram autoridades e sua fundação.
Watson, um famoso ativista anti-caça de baleias, que estrelou o reality show "Whale Wars" e fundou as organizações Sea Shepherd e CPWF, tornou-se conhecido por suas ações marcantes, incluindo confrontos diretos com navios baleeiros no mar.
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Seu navio atracou em Nuuk, na Groenlândia, no domingo para reabastecer, em sua jornada para "interceptar" um baleeiro japonês no Pacífico Norte, disse a Captain Paul Watson Foudation (CPWF).
Em um vídeo publicado pela organização nas redes sociais, alguns agentes são vistos algemando Watson na ponte do navio "John Paul DeJoria" e colocando-o em uma van policial.
A polícia disse que ele será levado a um tribunal distrital, onde pedirá sua detenção "até que seja decidido se ele deve ser extraditado para o Japão".
A CPWF afirmou acreditar que a prisão se deve a um aviso vermelho da Interpol relacionado às atividades anti-caça de Watson na Antártica.
A organização disse que a detenção foi uma "surpresa" porque os seus advogados afirmaram que o aviso vermelho havia sido retirado.
"No entanto, parece que o Japão tornou essa notificação confidencial para facilitar a viagem de Paul, com o objetivo de prendê-lo", afirmou a CPWF em um comunicado.
O governo japonês não comentou o assunto nesta segunda-feira, mas uma porta-voz da Guarda Costeira japonesa disse à AFP que o governo foi informado da prisão.
De acordo com a CPWF, o navio estava a caminho da Passagem Noroeste para "interceptar o recém-construído baleeiro japonês, o 'Kangei Maru', no Pacífico Norte".
Esse navio de 9.300 toneladas partiu do Japão em maio e recebe baleias capturadas por embarcações menores.
Até a retirada do Japão da Comissão Baleeira Internacional em 2019, o país aproveitou uma disposição deste acordo que permite a caça científica.
Desde então, retomou a caça comercial nas suas próprias águas, uma prática que apenas dois outros países do mundo, a Noruega e a Islândia, permitem, para além de algumas isenções concedidas aos povos indígenas.
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