Primeira cápsula de suicídio assistido poderá ser usada em 2024

Ferramenta de aspecto futurista chamada Sarco, de sarcófago, foi projetada para que as pessoas possam tirar a própria vida pressionando um botão; entenda

11:56 | Jul. 17, 2024

Por: AFP
Fiona Stewart, membro da Last Resort — associação suíça de direitos humanos sem fins lucrativos focada no suicídio assistido, apresenta a cápsula suicida Sarco (foto: ARND WIEGMANN/ AFP)

A cápsula de suicídio assistido, Sarco, pode ser utilizada pela primeira vez no final do ano na Suíça, anunciou, nesta quarta, 17, a organização promotora The Last Resort.

O suicídio assistido é legalizado na Suíça em condições específicas. No entanto, o país europeu foi abalado por uma polêmica em torno de uma invenção que permite às pessoas dar fim a suas próprias vidas.

Essa ferramenta de aspecto futurista chamada Sarco, de sarcófago, foi projetada para que as pessoas possam tirar a própria vida pressionando um botão que libera nitrogênio dentro da cápsula.

O diretor do The Last Resort, Florian Willet, declarou que Sarco oferecerá "um espaço seguro para morrer pacificamente" e acrescentou que ele próprio espera utilizá-la ao final de sua vida.

"Não posso imaginar uma forma mais bonita de respirar ar sem oxigênio até cair no sono eterno", disse ele à imprensa.

Cápsula de suicídio assistido: como funciona?

A pessoa que deseja morrer deve passar primeiro por uma avaliação psiquiátrica. Uma vez que a solicitação é aprovada, a pessoa entra na cápsula, fecha a tampa e após responder uma série de perguntas aperta o botão que causará sua morte, explicou Nitschke.

Por enquanto não foi decidido a hora, data ou local do primeiro suicídio assistido, nem quem poderá ser o primeiro usuário.

Questionada se isso poderia acontecer este ano, a advogada Fiona Stewart, que faz parte do conselho consultivo do The Last Resort, respondeu: “Eu diria que sim”.

Stewart disse que o único custo para o usuário seria de 18 francos suíços (valor em 108 reais na cotação atual) pelo nitrogênio.

O uso potencial da cápsula levantou uma série de questões legais e éticas na Suíça, reacendendo o debate sobre a morte assistida.