Comunidade do Panamá é 'forçada' a se mudar por conta da elevação do nível do mar

A situação é resultado das mudanças climáticas, que estão causando o aquecimento dos oceanos e, como consequência, aumentando a força das tempestades

Mais de 1 mil pessoas de uma comunidade indígena, da etnia Guna, que vivia no arquipélago de San Blas, no Panamá, foram ‘forçadas’ a se mudar para uma outra região por conta da elevação do nível do mar. Nesta semana, mais de 300 casas foram construídas em cima de um campo de mandioca, para abrigar os refugiados. As informações são da Associated Press e da CNN.

A comunidade, chamada de Gardi Sugdub, costuma ter as ruas e casas alagadas entre os meses de novembro e dezembro. A situação é resultado das mudanças climáticas, que estão causando o aquecimento dos oceanos e, como consequência, aumentando a frequência e força das tempestades.

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Pesquisadores e autoridades governamentais acreditam que os Gunas de Gardi Sugdub são apenas a primeira de 63 comunidades da costa do Caribe e do Pacífico do Panamá que serão forçadas a se mudar por conta do aumento do nível do mar.

A maior parte das famílias já se mudaram nesta semana, outras estão em processo de mudança. Já em Isberyala, a nova localidade, Augusto Walter, 73, acha que o local é mais fresco. “Lá (na ilha) a essa hora do dia está um forno”, disse na quarta-feira, 5, enquanto pendurava uma rede na nova casa, com dois quartos e um quintal.

Ernesto López, 69 anos, mudou-se terça-feira, 4, “Sentimos que estamos mais confortáveis aqui, há mais espaço [...] Em Gardi Sugdub estávamos realmente espremidos em casas com muita gente. Não sabíamos mais, e o mar chegava todo ano.”

A retirada não foi obrigatória. Cerca de 200 pessoas optaram por permanecer na antiga comunidade. Eles, no entanto, tiveram que construir casas com dois andares para permanecer na ilha, por conta dos alagamentos.

Entre os que ficaram está Augencio Arango, 49. Sua mãe, irmã e avó se mudaram para Isberyala. “Prefiro estar aqui (na ilha), é mais relaxante”, disse. “Honestamente, não sei por que as pessoas querem morar lá [...] É como morar na cidade, trancado e não dá para sair, e as casas são pequenas”.

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