Médico diz que rejuvenesceu 21 anos após passar 100 dias embaixo d’água

Americano Joseph Dituri viveu por mais de três meses em uma cápsula submarina para estudar os efeitos da pressão no mar para o corpo humano

O biomédico Joseph Dituri, professor da Universidade do Sul da Flórida (USF), passou por um experimento de viver 100 dias embaixo d'água no ano passado, quebrando o recorde anterior, de 73 dias. Vivendo em uma cápsula de 55 m², Dituri fez experimentos sobre os efeitos da pressão do oceano na saúde do corpo.

Dituri, conhecido como Dr. Deep Sea (mar profundo, em tradução livre), também é mergulhador profissional e comandante aposentado da Marinha dos Estados Unidos. Ele viveu no alojamento abaixo do nível do mar entre março e junho de 2023.

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“Nunca foi sobre o recorde. Era sobre estender a tolerância humana para o mundo subaquático”, explicou o profissional para o portal americano PBS.

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Dituri levou 11 anos até colocar o projeto em prática

O mergulhador disse que a ideia para o experimento surgiu em 2012, quando escrevia um artigo para o diretor James Cameron, analisando o submersível que ele iria enviar ao fundo da Fossa das Marianas. “Isso me fez pensar que nós precisamos viver no oceano e estudá-lo”, explicou ele em entrevista ao O Globo.

Dituri também destaca a importância da divulgação científica por meio do experimento: “Queria alcançar a maior quantidade de jovens possível, para fazer eles saberem que podem fazer ciência em qualquer lugar”, afirma.

Pesquisador diz ter rejuvenescido 21 anos após o experimento

Dituri explica que sua idade biológica passou de 55 para 34 anos após passar três meses e dez dias embaixo d’água. Segundo ele, os telômeros — estruturas que formam as pontas dos cromossomos e protegem o DNA das células — aumentaram de comprimento, mostrando uma diminuição da sua idade biológica. O cumprimento dessas células é conhecido como "relógio biológico".

Para ter essa resposta, ele cita que fez um exame chamado “metilação do DNA” — processo que altera a expressão genética sem alterar a sequência do DNA. Joseph fez outros testes como o de citometria de fluxo, que analisa células individuais.

Outros efeitos também foram percebidos no corpo de Joseph

Dentro os efeitos sentidos pela exposição do seu corpo à alta pressão do oceano, Dituri elenca a melhora do sono e a diminuição de moléculas inflamatórias do seu corpo pela metade.

Contudo, ele também conta ter sentido consequências negativas com a experiência. “Quanto mais tempo você fica na água, mais coisas ruins acontecem. Por exemplo, astronautas crescem cerca de 3,81 cm quando vão para o espaço, já para os aquanautas, que é o meu caso, eu comprimi 1,9 cm.”

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