EUA se opõe a um 'reconhecimento unilateral' do Estado palestino

A Casa Branca disse, nesta quarta-feira (22), que se opor ao "reconhecimento unilateral" de um Estado palestino depois que Irlanda, Noruega e Espanha anunciaram que iriam estabelecer relações, mas alertou Israel para que não retenha fundos em retaliação.

O presidente Joe Biden "declarou publicamente apoiar uma solução de dois Estados", disse seu conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, a repórteres.

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"Ele tem sido igualmente enfático ao afirmar que a solução de dois Estados deve ocorrer mediante negociações diretas entre as partes, e não através do reconhecimento unilateral", acrescentou.

Sullivan, no entanto, não chegou a criticar a decisão dos três países europeus, todos aliados próximos de Washington, de reconhecer formalmente o Estado da Palestina.

"Cada país tem o direito de tomar as suas próprias decisões, mas a posição dos Estados Unidos sobre esta questão é clara", disse Sullivan.

Israel respondeu com indignação, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou as nações europeias de oferecerem uma "recompensa ao terrorismo".

O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, que é de extrema direita, disse a Netanyahu que deseja tomar medidas em retaliação, incluindo o rompimento de um acordo sob o qual a Noruega administra fundos destinados à Autoridade Palestina.

Segundo acordos de paz negociados em parte por Oslo na década de 1990, Israel arrecada dinheiro para a Autoridade Palestina, que exerce autonomia limitada em partes da Cisjordânia.

Mas Israel bloqueou as transferências desde os ataques de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Sullivan defendeu que os fundos continuem sendo destinados para a Autoridade Palestina, a qual o governo Biden deseja fortalecer na esperança de que possa assumir o controle de Gaza no lugar do Hamas.

"Penso que é um erro estratégico, porque a retenção de fundos desestabiliza a Cisjordânia, deteriora a busca do povo palestino por segurança e prosperidade, o que é do interesse de Israel.

Além disso, penso que é errado reter fundos com os quais bens básicos e serviços são fornecidos a pessoas inocentes", disse o conselheiro.

Biden e o secretário de Estado, Antony Blinken, têm pressionado Israel a avançar em um cronograma para a criação de um Estado palestino, em parte levantando a possibilidade de a Arábia Saudita normalizar as relações com o país de Netanyahu.

Washington vetou uma tentativa recente do Conselho de Segurança da ONU de reconhecer o Estado da Palestina, argumentando que este reconhecimento deveria resultar apenas de negociações que levassem em conta os interesses de Israel em matéria de segurança.

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diplomacia EUA Israel palestinos

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