Buscas ao presidente prosseguem no Irã após acidente de helicóptero

"O local do acidente ainda não foi encontrado", disse o representante do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossein Koolivand, acrescentando que os socorristas trabalham "em condições difíceis"

O Irã prosseguia na madrugada desta segunda-feira (20) com uma operação de resgate no noroeste do país para encontrar o helicóptero acidentado no qual viajava o presidente Ebrahim Raisi, informaram autoridades e veículos oficiais.

"Ocorreu um acidente com o helicóptero que transportava o presidente" na região de Jofa, na província ocidental do Azerbaijão Oriental, informou mais cedo a TV estatal.

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"O local do acidente ainda não foi encontrado", disse o representante do Crescente Vermelho iraniano, Pirhossein Koolivand, acrescentando que os socorristas trabalham "em condições difíceis", em uma área montanhosa, com chuva e uma neblina densa.

"Esperemos que Deus devolva o presidente e seus companheiros aos braços da nação", declarou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

As chances de encontrar o presidente com vida diminuíam à medida que o dia avançava, na ausência de informações sobre o paradeiro do helicóptero, que desapareceu no começo da tarde (horário local), na floresta de Dizmar, perto da cidade de Varzaghan.

Três helicópteros transportavam a comitiva presidencial. Dois deles aterrissaram sem problemas em Tabriz, noroeste do Irã, menos o que transportava Raisi, um aiatolá de 63 anos.

A agência de imprensa oficial Irna informou que Raisi, assim como o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, estava entre os passageiros, juntamente com o governador provincial e o principal imã da região.

Segundo a agência, "mais de 20 equipes de resgate totalmente equipadas, principalmente com drones e cães, foram enviadas ao local".

A TV estatal transmitiu imagens de membros do Crescente Vermelho iraniano caminhando em meio a uma neblina densa, e de fiéis rezando pela saúde do presidente em mesquitas, incluindo a da cidade natal de Raisi, Mashhad, no nordeste do país.

Vários membros do governo viajaram a Tabriz, segundo o porta-voz do Executivo. Em caso de morte do presidente, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, assume o comando do país até a realização de novas eleições, em um prazo de 50 dias.

A busca é acompanhada pela comunidade internacional, dada a relevância do Irã no Oriente Médio, região abalada pelo conflito entre Israel e o Hamas, um aliado de Teerã.

"Acompanhamos as informações sobre o possível pouso forçado de um helicóptero que transportava o presidente e o ministro das Relações Exteriores do Irã", disse um porta-voz diplomático em Washington, que não mantém relações diplomáticas com Teerã.

Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Kuwait ofereceram ajuda nas buscas, assim como a Síria e o Iraque.

A Turquia enviou 32 socorristas e seis veículos para participar do resgate, e o Hamas expressou "total solidariedade" ao Irã.

A Rússia anunciou o envio de 47 especialistas em resgate, veículos e um helicóptero. Já a União Europeia ativou seu serviço de cartografia de resposta rápida CopernicusEMS para facilitar as buscas.

O porta-voz da diplomacia iraniana, Nasser Kanani, agradeceu aos "governos e organizações internacionais por sua empatia e oferta de ajuda".

 

- Viagem à fronteira -

 

Raisi viajou neste domingo à província do Azerbaijão Oriental, onde inaugurou uma barragem ao lado do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, na fronteira entre os dois países.

"Rezamos pelo presidente Ebrahim Raisi e pela delegação que o acompanha", disse Aliyev, que também ofereceu ajuda nas buscas.

Considerado ultraconservador, Raisi foi eleito em junho de 2021, no primeiro turno de uma votação macada por uma abstenção recorde, e na ausência de um adversário de peso.

Raisi sucedeu o moderado Hassan Rouhani, que o havia derrotado nas eleições presidenciais de 2017 e que, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.

Raisi saiu fortalecido das legislativas de março, as primeiras eleições organizadas após os protestos que eclodiram em 2022 por causa da morte de Mahsa Amini, jovem curda presa por não respeitar o código de vestimenta do país.

Nascido em novembro de 1960, Raisi fez carreira no Judiciário. Antes de se tornar presidente, foi procurador-geral de Teerã e procurador-geral do país.

Hossein Amir-Abdollahian, 60, foi nomeado chefe da diplomacia iraniana por Raisi em julho de 2021.

 

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Irán política acidente

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