Universidade George Washington é processada por campanha de desinformação

A Universidade George Washington (UGW), nos Estados Unidos, foi processada nesta quarta-feira (27) por suspeita de ter realizado uma campanha de desinformação financiada pelos Emirados Árabes Unidos, que teria espalhado narrativas falsas vinculando acadêmicos a um grupo radical do Oriente Médio.

O cientista político austríaco Farid Hafez apresentou a queixa contra a instituição e Lorenzo Vidino, diretor do seu programa sobre Extremismo, dos quais exige uma indenização de 10 milhões de dólares (50 milhões de reais).

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Governos estrangeiros são acusados há tempos de compra de influência por meio de doações a universidades e centros de pesquisas americanos, mas o processo de Hafez vai além. Ele acusa a 41ª universidade mais renomada do país, segundo a revista Time, de limpar reputações em nome de um Estado.

Movida no Tribunal Distrital de Washington, a ação alega que "a UGW e Vidino participaram de uma conspiração velada para fraudar autoridades, o mundo acadêmico e a imprensa enquanto se apresentavam como atores acadêmicos independentes e objetivos".

O processo também cita a empresa de relações públicas com sede em Genebra Alp Services, suspeita de ser financiada pelos Emirados Árabes, acusada de pagar jornalistas e acadêmicos, entre eles Vidino, para que difamassem os adversários daquele país do Golfo Pérsico.

Vidino também é acusado de usar sua posição de influência na universidade para atacar acadêmicos como Hafez, empresas e organizações beneficentes, publicando relatórios falsos vinculando os mesmos com a Irmandade Muçulmana, organização considerada terrorista pelos Emirados Árabes.

Hafez, professor visitante do Williams College de Massachusetts, foi detido em 2020, durante a Operação Luxor, que consistiu em uma série de ações policiais contra muçulmanos e empresas austríacas. Nenhum dos envolvidos foi condenado e a operação foi declarada ilegal no ano seguinte.

Hafez disse que se viu envolvido na ação policial na Áustria devido a informações de Vidino. Um documento, ao qual a AFP teve acesso, mostra que Vidino foi contratado para fornecer "pistas de interesse" à Alp, que foram usadas na suposta operação de desinformação em nome dos Emirados Árabes.

A universidade não respondeu ao contato feito pela AFP. Vidino também não se pronunciou.

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desinformação Emirados tribunal EUA

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