Japão: fabricante suspende venda de suplementos devido a mortes

Produtos com arroz fermentado foram retirados de circulação após duas pessoas morrerem e mais de 100 serem internadas; causa dos óbitos não foi confirmada

08:38 | Mar. 27, 2024

Por: Bemfica de Oliva
Imagem de apoio ilustrativa. Kobayashi Pharmaceutical retirou suplementos à base de beni-koji do mercado após duas mortes que podem ser relacionadas ao uso dos produtos (foto: Pixabay)

A fabricante japonesa de remédios e suplementos Kobayashi Pharmaceutical suspendeu as vendas de parte do seu portfólio por suspeita de os produtos causarem a morte de ao menos duas pessoas. As informações são da imprensa local.

Uma das mortes ocorreu em fevereiro, por problemas renais. A fabricante anunciou que divulgaria mais informações do outro óbito nesta quarta-feira, 27. Em ambos os casos, porém, foi relatado o uso dos suplementos a base de beni-koji, um tipo de arroz fermentado com o uso de levedura: o paciente cujo óbito foi detalhado consumia o produto desde abril de 2021.

A fabricante afirmou em nota que, apesar de a relação do produto com os óbitos ainda não ter sido confirmada, existe a suspeita de que o beni-koji possa ser a causa das mortes. Com isso, três produtos que têm o arroz fermentado na composição foram retirados do mercado.

Ao menos 106 outros casos, que não levaram a mortes, também são suspeitos de terem ligação com o consumo de beni-koji. Segundo o Ministério da Saúde japonês, há ocorrências no Japão e na Europa que podem ser relacionados aos produtos da Kobayashi Pharmaceutical.

Além de fabricar suplementos, a empresa vende o próprio arroz fermentado para dezenas de outras companhias, no Japão e em outros países. O beni-koji pode ser usado também como corante alimentar, tempero, e na produção de sakê.

Uma das suspeitas é de que o produto contenha uma concentração alta de citrinina, um composto produzido pela levedura usada no beni-koji durante o processo de fermentação. A contaminação por citrinina é associada à ocorrência de problemas renais.

A Kobayashi Pharmaceutical disse que investigou os lotes suspeitos de beni-koji, fabricados entre julho e outubro de 2023, e não encontrou indícios de citrinina no produto. No entanto, a companhia confirmou ter descoberto um "ingrediente desconhecido". Ainda não há informações sobre qual seria esta substância.

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