Centros de doação de sangue acumulam filas após atentado em Moscou

Longas filas se formaram em frente aos centros de doação de sangue de Moscou na manhã deste sábado (23), após o atentado em uma casa de shows nos arredores da capital russa que deixou pelo menos 133 mortos e uma centena de feridos.

Apesar da chuva, cerca de 150 russos aguardaram sua vez em um centro no noroeste de Moscou.

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As pessoas vieram como um gesto de solidariedade, embora as autoridades tenham dito que, por enquanto, não há escassez de sangue.

"Vim para ajudar", comenta Alexandra, de 35 anos, especialista em logística aérea, que considera seu gesto um "dever de todo cidadão".

Ela mora nos arredores da capital, perto da casa de shows Crocus City Hall, local atacado na noite de sexta-feira (22) por homens armados, e afirma ainda estar "chocada" com o atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

As autoridades russas anunciaram no sábado a prisão dos quatro indivíduos que teriam executado o ataque terrorista, o mais mortal no país nos últimos vinte anos e o mais sangrento reivindicado pelo EI na Europa.

Segundo os investigadores, os homens abriram fogo com armas automáticas antes de incendiar o prédio com um líquido inflamável.

"Não queremos ficar de fora, queremos ajudar", explica Vladislav, um estudante de 18 anos, enquanto aguarda sua vez para doar sangue.

As autoridades médicas russas disseram ao meio-dia (6h00 no horário de Brasília) que tinham "sangue suficiente" para o centenas de feridos.

"Mas continuamos recebendo todos os doadores. Somos solidários com o desejo das pessoas que vêm ajudar a constituir reservas", disse Olga Eikhler, da agência federal russa de Medicina e Biologia, citada pela agência de notícias oficial TASS.

Cartazes foram pendurados em vários outdoors e pontos de ônibus em Moscou, com uma vela sobre um fundo preto e a frase: "Estamos de luto 22/03/2024".

Muitos moradores deixaram flores em frente ao Crocus City Hall, cujo telhado foi parcialmente destruído pelas chamas, como constatou um repórter da AFP.

A polícia e as forças especiais ainda estão presentes no local, e centenas de trabalhadores de resgate continuam limpando os escombros.

Em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, os habitantes deixaram flores em vários locais da cidade.

Em Ecaterimburgo, grande cidade dos Urais, um espaço improvisado para demonstrar luto foi montado na praça central, perto de um monumento a Lenin.

Os moradores trouxeram flores, brinquedos e velas. Muitos ficaram em silêncio e outros choraram, segundo um repórter da AFP.

As autoridades reforçaram as medidas de segurança na capital russa, especialmente no metrô, de acordo com as autoridades de transporte.

A Praça Vermelha está fechada, e os turistas de outras regiões da Rússia, que passeiam por ali, não escondem o "medo".

"Viemos por apenas três dias e queríamos ver pelo menos de longe o coração do país", conta uma mulher de 43 anos, que veio com sua família da região de Pskov, ao noroeste, para visitar a capital.

Para Olga, de 38 anos, que também visita a região da Praça Vermelha, "foi tudo tão inesperado (...) uma tragédia terrível.

"Claro, não me sinto completamente segura", admite essa mulher de Cheliabinsk, nos Urais.

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