Congresso dos EUA pode proibir bandeira do orgulho em embaixadas
13:56 | Mar. 21, 2024
Os legisladores americanos avançaram, nesta quinta-feira (21), em direção à proibição de hastear a bandeira do orgulho nas representações diplomáticas do país, uma vitória para os conservadores no contexto de uma longa batalha cultural travada no exterior.
A medida faz parte de uma série de disposições secundárias escondidas em um pacote de 1,2 trilhão de dólares (5,97 trilhões de reais) elaborado pelos congressistas nas primeiras horas desta quinta.
Espera-se que tanto a Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, quanto o Senado, liderado pelos democratas, aprovem o plano para manter o governo funcionando antes do prazo final da meia-noite de sexta-feira, quando três quartos do governo ficarão sem fundos.
O pacote estabelece que nenhum financiamento pode ser utilizado para "hastear ou exibir em uma instalação do Departamento de Estado dos Estados Unidos" qualquer outra bandeira que não seja a nacional ou relacionada ao apoio a prisioneiros de guerra, soldados desaparecidos em combate, reféns e americanos injustamente encarcerados.
A previsão é que o presidente Joe Biden assine o projeto de lei de financiamento de 1.012 páginas, apesar de seu governo ter abraçado os direitos LGBTQIA+ e provavelmente ter reservas sobre essa questão.
Em uma mudança radical em relação ao seu antecessor, o chefe da diplomacia Antony Blinken não apenas permitiu, mas incentivou as missões americanas a hastear a bandeira arco-íris em junho, o Mês do Orgulho, celebrando o movimento de defesa da comunidade LGBTQIA+.
Sob a gestão do ex-presidente Donald Trump, o antecessor de Blinken, Mike Pompeo, um cristão evangélico, ordenou que apenas a bandeira dos Estados Unidos fosse hasteada nos mastros das embaixadas.
Em 2016, a embaixada em Seul tentou contornar a diretriz colocando uma faixa com o arco-íris em sua fachada, não no mastro, uma opção que parece continuar sendo permitida no novo pacote de financiamento.
Mas a embaixada removeu essa faixa, assim como outra do Black Lives Matter colocada após o assassinato do afro-americano George Floyd por um policial na cidade de Minneapolis.
Sob a administração do ex-presidente Barack Obama, em 2015, a Casa Branca foi iluminada com as cores do arco-íris para celebrar a histórica decisão da Suprema Corte que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país.
cjc-sct/dw/dg/nn/ic/aa