Grécia é o primeiro país cristão-ortodoxo a legalizar casamento do mesmo sexo
A Grécia legalizou nesta quinta-feira, 15, o casamento e a adoção por casais do mesmo sexo, se tornando a primeira nação cristã-ortodoxa a aprovar o projeto
23:12 | Fev. 15, 2024
A Grécia viveu um dia histórico na quinta-feira, 15, pois se tornou o primeiro país cristão-ortodoxo do mundo a legalizar o casamento homoafetivo e a permitir a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
O parlamento do país aprovou o projeto com 176 votos a favor dos 254 que estavam presentes. 76 rejeitaram a reforma e dois se abstiveram na votação que foi realizada durante dois dias de debate.
A mudança se tornará lei quando for publicada no diário oficial do governo, representando um avanço para a comunidade LGBTQIAPN+, principalmente por se tratar de uma ação movida por um governo conservador e com grande influência da Igreja Ortodoxa.
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Grécia: primeiro-ministro expressa a importância da lei
O país do Mediterrâneo, onde predomina um modelo familiar tradicional, se torna o 37º do mundo, o 17º da União Europeia e o primeiro de religião cristã ortodoxa a legalizar a adoção por casais homossexuais.
A legalização do casamento homossexual na Grécia é "um ponto de inflexão para os direitos humanos que reflete a Grécia de hoje: um país progressista e democrático, apaixonadamente apegado aos valores europeus", afirmou Kyriákos Mitsotákis, primeiro-ministro da Grécia na rede social X.
"Os pais do mesmo sexo poderão finalmente dormir em paz à noite", porque estarão "livres do medo de que, se algo acontecer a eles, seus filhos irão para uma instituição", declarou, ao apresentar a reforma ao Conselho de Ministros no final de janeiro.
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“A reforma melhora a vida de vários dos nossos concidadãos, sem tirar nada da vida de muitos”, acrescentou Mitsotákis.
No entanto, a lei não agradou 100% a todos da comunidade, que reclamaram da reforma não permitir a barriga de aluguel para casais gays, o que foi bastante questionado nas últimas semanas.
Grécia: Igreja Ortodoxa é contra a reforma
Em um país quase todo ortodoxo, a Igreja afirmou desde do início dos debates sua total oposição ao projeto.
"As crianças têm uma necessidade inata e o direito de crescer com um pai do sexo masculino e uma mãe do sexo feminino", assegura o Santo Sínodo, que enviou uma carta aos deputados.
Um sermão também foi lido em todas as igrejas do país no domingo, 4 de fevereiro.
Além disso, várias pessoas da Igreja Ortodoxa também protestaram com uma manifestação na praça Syntagma, em Atenas, com faixas e cruzes. Também leram orações e cantaram músicas da bíblia.
O chefe da Igreja Ortodoxa, Dom Ieronymos, disse que o projeto “corromperia a coesão social da pátria”.
(Com informações da AFP)
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