Especialistas da ONU pedem para investigar crimes de guerra no conflito entre Israel e Hamas
12:07 | Nov. 27, 2023
Especialistas em direitos humanos da ONU pediram, nesta segunda-feira (27), investigações independentes sobre "acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade" de ambos os lados do conflito entre Israel e o Hamas.
Em um comunicado, Morris Tidball-Binz, relator especial das Nações Unidas sobre execuções extrajudiciais, e Alice Jill Edwards, relatora especial sobre tortura, destacam a necessidade de essas investigações serem "rápidas, transparentes e independentes".
Estes especialistas são contratados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas não falam em nome da organização.
"Os investigadores independentes devem receber os recursos, o apoio e o acesso necessários para conduzir investigações rápidas, profundas e imparciais sobre os crimes que foram cometidos por todas as partes no conflito", afirmaram Tidball-Binz e Jill Edwards no comunicado.
"O dever de investigar os crimes de guerra e crimes contra a humanidade [...] é uma obrigação jurídica fundamental", observaram, no último dia de trégua em Gaza, que poderá ser prolongada.
O conflito entre Israel e o Hamas começou com os ataques do movimento islamista palestino em 7 de outubro em solo israelense, durante os quais, segundo as autoridades israelenses, 1.200 pessoas morreram, na sua maioria civis.
O Exército israelense estima que 240 pessoas foram sequestradas pelo Hamas e outros grupos armados durante o ataque.
Em retaliação, Israel, que prometeu "aniquilar" o Hamas, lançou uma campanha de bombardeios em Gaza e uma operação terrestre até a última sexta-feira, momento em que começou a trégua de quatro dias acordada entre ambos os lados. Segundo o governo do Hamas, os bombardeios israelenses mataram quase 15.000 pessoas na Faixa de Gaza.
Sob o acordo de trégua, cerca de cinquenta reféns israelenses foram libertados desde sexta-feira em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Os relatores especiais da ONU também enfatizaram que os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade não prescrevem e são de jurisdição universal.
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