Iceberg três vezes maior que Nova York volta a se movimentar e ameaça fauna da Antártida

Trinta anos depois da ultima vez que se moveu, o iceberg A23a, de 4 mil km², se desligou da plataforma de gelo Filchner-Ronne e está sendo acompanhado por cientistas

Após 30 anos, o maior bloco de gelo do mundo voltou a se movimentar nesta sexta-feira, 24. De acordo com os cientistas, o iceberg de nome A23a tem aproximadamente 4 mil km quadrados, considerado três vezes maior que a cidade de Nova York.

O bloco se desprendeu da plataforma de gelo Filchner-Ronne, na Antártida, em 1986. Ele ficou grande parte do tempo encalhado quando sua base ficou presa no fundo do mar de Weddell, além de já ter comportado uma estação soviética.

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De acordo com a CNN, imagens de satélites recentemente divulgadas expõem que o bloco de gelo, que tem cerca de um trilhão de toneladas métricas, passa rapidamente na parte norte da península antártica e que isso se dá pela ventania e pelas correntezas.

O glaciologista do British Antarctic Survey, Oliver Marsh, diz que é rara a movimentação de um iceberg com estas dimensões e que por esse motivo, ele está sendo acompanhado de perto.

Conforme ganha mais força, ele pode ser jogado na Corrente Circumpolar Antártica, levando-o para as águas do Atlântico por um trajeto conhecido como “beco dos icebergs”, onde outros icebergs semelhantes a ele podem ser vistos flutuando em águas escuras.

Entre os mais antigos do mundo, pelo fato de estar solto, o iceberg A23a ainda pode ser visto. “Com o tempo, provavelmente diminuiu um pouco e ganhou um pouco de flutuabilidade extra que lhe permitiu se levantar do fundo do oceano e ser empurrado pelas correntes oceânicas”, disse Marsh.

Existe a hipótese de que ele possa encalhar na Geórgia do Sul, representando um risco para a vida selvagem da Antártida, já que o bloco pode cortar o acesso de alimentação de focas, pinguins e aves marinhas nativas da ilha.

Em 2020, o iceberg A68 preocupou a todos com a probabilidade de colidir com a ilha da Geórgia do Sul, arriscando a fauna local. O fato foi evitado quando ele partiu em pedaços menores.

“Um iceberg desta escala tem potencial para sobreviver durante bastante tempo no Oceano Antártico, apesar de ser muito mais quente, e poderia avançar mais para norte, em direção à África do Sul, onde pode perturbar o transporte marítimo”, disse Marsh.

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