Irlanda: protesto de extrema-direita causa destruição em Dublin

Grupos anti-imigração depredaram ruas da capital irlandesa após ataque a escola; polícia não revelou identidade de suspeito do atentado em Dublin

Uma marcha de grupos anti-imigração deixou o centro de Dublin, capital da Irlanda, destruído. O caso ocorreu na tarde dessa quinta-feira, 23. As informações são da imprensa local.

O tumulto começou após um ataque a faca em frente a uma escola, durante o horário de almoço (fim da manhã, no horário de Brasília), deixar três crianças e uma mulher feridas. No entanto, a identidade do autor do atentado não chegou a ser revelada pela polícia.

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No fim da tarde, horário local, manifestantes entraram em confronto com a polícia. Segundo as autoridades, o protesto foi convocado por grupos de extrema-direita. Os participantes gritavam palavras de ordem contra imigrantes e carregavam placas com a frase "Irish lives matter" ("vidas irlandesas importam").

Cerca de 400 agentes foram acionados na região para conter a desordem. Os manifestantes queimaram ônibus, trens e viaturas de polícia. Também houve saque a lojas, enquanto ruas e imóveis foram depredados, incluindo hotéis e hostels.

O transporte público em Dublin foi paralisado devido aos ataques. O serviço de ambulâncias da cidade, operado pelo Corpo de Bombeiros, ficou "extremamente ocupado", segundo a corporação, causando atraso em atendimentos.


Na manhã desta sexta-feira, 24 (madrugada de sexta-feira, no Brasil), as lojas do centro da cidade ficaram fechadas, e o transporte público opera apenas parcialmente.

"Acho que Dublin não tem uma noite como essa há décadas", pontuou a jornalista e escritora Aoife Moore, em artigo para a imprensa local. "Nunca vi algo do tipo", disse ela.

O chefe da polícia irlandesa, Drew Harris, pediu às pessoas que "ajam de modo responsável" e "não ouçam a desinformação e rumores". Imagens chegaram a circular nas redes sociais afirmando que o Exército havia enviado tropas a Dublin, algo desmentido pelas próprias Forças Armadas.

O presidente da Irlanda, Michael Higgins, emitiu um comunicado expressando solidariedade às vítimas do atentado na escola. Na mesma nota, ele pontuou que o ataque foi "explorado por grupos com interesse em atacar o princípio da inclusão social", classificando o tumulto em Dublin como "repreensível e digno de condenação".

Por volta das 20 horas, a polícia havia dispersado os manifestantes. As autoridades disseram ter realizado uma quantidade "significativa" de prisões, mas não informaram um valor exato.

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