Ataque do Hamas a Israel é o maior ataque a judeus desde o Holocausto? Entenda

Com mais de 9 mil vítimas, o conflito é o mais mortal em 50 anos em Israel e o mais mortal na história de Gaza

Depois de vinte e três dias de guerra entre Israel e o Hamas, cerca de 9,4 mil pessoas foram mortas, dos dois lados do conflito — incluindo estrangeiros. Entre as vítimas estão três brasileiros. O POVO busca entender se, como apontam autoridades e grupos sociais, o mundo está diante do maior ataque a judeus desde o Holocausto. 

O grupo extremista armado Hamas, que controla a Faixa de Gaza, atacou Israel no último dia 7 de outubro com 5 mil mísseis. Como resposta, Israel ordenou um cerco à Faixa de Gaza, prometeu bombardeios no norte da região e disse que os soldados “verão Gaza de dentro”.

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Na última segunda-feira, 23, o Hamas libertou duas reféns que foram sequestradas pelo grupo, após negociações com o auxílio do Egito e da Cruz Vermelha.

Soldados israelenses entraram brevemente em Gaza na manhã da última quinta-feira, 26, em uma preparação para uma incursão terrestre no território. Saiba mais sobre o ataque do Hamas contra Israel.

Ataque do Hamas a Israel é o maior contra os judeus desde o holocausto?

Líderes internacionais afirmam que a ofensiva foi o “maior ataque aos judeus desde o Holocausto”, em referência ao período em que os campos de concentração nazistas mataram mais de 1 milhão de pessoas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o ataque do Hamas contra Israel é de "uma selvageria nunca vista desde o Holocausto".

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Indo ao encontro da opinião de Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alegou que foi o “dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto”.

Segundo a análise de Altemar da Costa Muniz, professor de História da Universidade Estadual do Ceará (Uece), as falas dos presidentes não se confirmam. Segundo ele, o Holocausto deve dimensões muito maiores.

“O Holocausto com base em uma lógica de extermínio de um povo. Para chegarmos a uma situação em que Hitler chegou na chamada “solução final”, ele começou aos poucos, tirando uma série de direitos, direitos de cidadania, direitos individuais…”, explica.

Objetivamente, em termos de vítimas registradas, o conflito é o mais mortal em 50 anos em Israel e o mais mortal na história de Gaza. A afirmação, entretanto, parte também de visões ideológicas e da percepção de quem está vivenciando a guerra.

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Com a guerra se intensificando, aconteceram protestos a favor da Palestina e a favor de Israel em alguns lugares do mundo, como nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil.

Aqui, ocorreram protestos na Avenida Paulista e em Copacabana. No Rio de Janeiro, pessoas com a bandeira de Israel expressaram sua solidariedade ao estado judeu.

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Já em São Paulo, pessoas a favor da causa palestina denunciaram os bombardeios em Gaza e a situação humanitária em que vivem seus habitantes.

Nos Estados Unidos e na Europa, alguns protestos acabaram em brigas entre os que defendiam Israel e quem defendia a Palestina.

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Para Déborah Srour, moradora de Jerusalém, em Israel, os protestos a favor da Palestina indicam um apoio ao Hamas e contra o povo judeu.

“Eles não aceitam. Nessas passeatas em ao redor do mundo, o que eles gritam: “do rio ao mar, Palestina será libertada”. O que que isso quer dizer? Do rio ao mar não vai ter Israel? Eles estão pregando o genocídio de todos os judeus dessa terra”, entende ela, que afirma que Israel deve se defender dos ataques do Hamas.

Entretanto, falas contra o goveno de Israel não são necessariamente contra o povo judeu. Alguém que se contrapõe ao governo do atual presidente, Issac Herzog, não está sendo a favor do genocídio do povo judeu, pois trata-se de termos diferentes.

Ela detalha sobre o ataque sofrido no dia 7 de outubro, dizendo que naquele dia, ainda não havia guerra declarada.

“Eles (Hamas) se infiltraram e cometeram uma chacina, contra pessoas que estavam dormindo, às 6h30min da manhã. Isso não era uma guerra, a guerra foi declarada depois”, conta.

Entretanto, cidadãos da Palestina também se queixam dos ataques de Israel. Uma brasileira moradora de Ramallah, na Palestina, que preferiu não se identificar, diz que o conflito trata-se de uma ocupação por território por parte de Israel.

“Quando o governo de Israel publica em mídia internacional um mapa mostrando Israel sem a Palestina, significa que ele já estava declarando que haveria uma limpeza étnica dentro da Palestina”, defende.

Para ela, “quando se coloca conflito, quer se levar para a normalização. Quer se dizer que é algo religioso". "Lá nunca existiu conflito religioso, sempre existiu uma ocupação por território”, entende.

Ainda, ela detalha os ataques sofridos no território palestino, que causaram a morte de milhares de civis.

“(Houve) ataques a igrejas milenares. Por exemplo, foi atacada uma igreja em Gaza de mais de 1.500 anos. E padres estão sendo agredidos pelos colonos judeus”, aponta.

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