Israel X Hamas: Professora brasileira que mora na Palestina comenta o conflito

Em entrevista exclusiva ao O Povo News desta terça-feira, 11, a professora brasileira comentou como estão sendo os dias de quem vive na região próxima aos conflitos

18:20 | Out. 11, 2023

Por: Caynã Marques
Ruayda Rabah, mora na Palestina e relatou ao O Povo News como está a situação do país durante os confrontos entre Hamas e Israel (foto: Reprodução/ O Povo News)

Próximo de completar uma semana do início do confronto entre Hamas e Israel, foram registradas pouco mais de duas mil mortes e milhares de feridos. Com situação completamente fora de controle, as duas vertentes seguem se atacando constantemente.

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O Povo News entrevistou Ruayda Rabah, professora e historiadora brasileira que mora na Palestina, que falou sobre como está sua situação e de sua família em relação aos ataques.

"Apesar de morarmos longe de Gaza, o meu filho e meu esposo têm sentido tremores na nossa casa. Os ataques têm sido extremamente intensivos. Estamos ainda mais apreensivos, pois o governo de Israel anunciou a distribuição de mais de 10 mil fuzis para os colonos israelenses atacarem os vilarejos palestinos", relata.

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A professora afirma que "o governo brasileiro está tentando uma solução para os brasileiros que estão em regiões próximas a Gaza".

"Hoje, por exemplo, a casa de um brasileiro foi atingida. Mas o governo brasileiro ainda não conseguiu uma confirmação do governo do Egito dando permissão para que eles entrem pela fronteira do Egito para retirar os brasileiros de lá, já que o único aeroporto na Palestina foi destruído por completo há anos pelo exército de Israel", detalha.

Em guerras, os prejudicados são sempre os civis

Ruayda ressalta que os prejudicados em qualquer tipo de guerra "são sempre os civis, são sempre pessoas inocentes de ambos os lados". "O único lugar que Gaza tem para retirar essas pessoas é a fronteira com a Jordânia, que ainda não tem a permissão do governo egípcio. Israel tem atacado a fronteira com o Egito, impossibilitando que os ônibus cheguem até a fronteira para retirar essas pessoas," conclui falando que "a situação é gravíssima."

Em relação à questão sobre se o Hamas é terrorista ou não, ela afirma que, "em vez disso, deveria se discutir o cumprimento de Israel das leis internacionais e das resoluções que o país nunca cumpriu, e parar de atacar todos os dias e todas as horas, todas as cidades e vilarejos palestinos".

"A paz deve prevalecer. Se não houver a preocupação de desocupar por parte de Israel o território palestino, isso nunca terá um fim," afirma.

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Hamas x Israel: comparação com o 11 de setembro

"Não menos do que o 11 de setembro de Israel", disse em vídeo Ian Bremmer, o cientista político que fundou a Eurásia, a consultoria política que é uma das mais influentes do mundo, comparando os ataques ao World Trade Center nos Estados Unidos em setembro de 2001 com o conflito entre Hamas e Israel.

Ao ser perguntada sobre esta comparação, a professora respondeu: "Não há comparação. Israel vem atacando e vem cometendo o 11 de setembro há 75 anos na Palestina. Alguém fez essa comparação? É difícil quando só um dos lados, que é ocupante, se coloca como vítima. As vítimas são os civis," encerra.

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Confira a entrevista completa na íntegra.

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