Guerra entre Hamas e Israel chega ao 3º dia; veja o que se sabe até agora
Com início no último sábado, 7, o conflito entre o grupo palestino, Hamas, e Israel está ultrapassando a marca de mil mortos; entenda quais os motivos desta guerra
16:45 | Out. 09, 2023
A guerra que está ocorrendo neste início de outubro na Faixa de Gaza já dura três dias. Representantes de Israel e do grupo militante islâmico palestino, Hamas, prometem ataque e contra-ataque.
Militantes de Gaza dispararam foguetes contra cidades israelenses na manhã de sábado, 7, antes de romper a cerca da fronteira com Israel e enviar militantes para o interior do território israelense. Homens armados do Hamas mataram centenas de pessoas, incluindo civis e soldados, e fizeram reféns.
O número de mortos registrados ultrapassa a casa dos milhares. Um grupo com cerca de 130 pessoas foi capturado pelo Hamas e é mantido como refém em cativeiro. Entre as pessoas capturadas, há civis e oficiais de alta patente do Exército de Israel.
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Hamas x Israel: quem é o Hamas?
Com 36 anos de existência, o Hamas surgiu após a chamada “Primeira Intifada” de 8 de dezembro de 1987. Intifada, em árabe, significa revolta palestina contra Israel.
O início da revolta se deu com moradores atirando paus e pedras nas tropas israelenses no campo de refugiados de Jabaliyah, no extremo norte da Faixa de Gaza, por isso o conflito também é conhecido como “Guerra das Pedras”.
Em sua fundação, em 1998, o Estatuto do Hamas definiu a Palestina histórica, com partes da atual Israel, como terra islâmica e excluiu qualquer paz permanente com o Estado judeu. O documento também ataca os judeus como povo, fortalecendo acusações de que o Hamas é antissemita.
O Hamas como um todo, ou em alguns casos sua ala militar, é classificado como um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido, bem como outras potências globais.
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Hamas x Israel: motivos do conflito (Revolta de 1987)
Em dezembro de 1987, com o início da “Guerra das Pedras”, o conflito na Faixa de Gaza foi ganhando força entre palestinos e israelenses. O primeiro embate teve fim apenas em 1993, com a assinatura de um cessar-fogo em Madri (Espanha) e Oslo (Noruega), porém, os acordos firmados entre os dois Estados não se mantiveram por muito tempo.
Com conflitos recorrentes nos últimos 15 anos, foram por volta de seis embates, o último iniciado no sábado, com ataques surpresas dos representantes do Hamas.
Hamas x Israel: resposta de Israel
Após os ataques iniciais por parte do Hamas, Israel declarou retaliação com ataque bélico e de mísseis na Faixa de Gaza.
Na segunda-feira, as Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram ter retomado o controle de todas as comunidades israelenses nas proximidades de Gaza, na fronteira sul, após o fim dos combates com o Hamas.
A resposta israelense deixou mais de 560 mortos, segundo as últimas informações divulgadas por autoridades palestinas. É possível que os militares israelenses realizem outras operações por terra em Gaza.
Hamas x Israel: reação internacional
EUA declara apoio a Israel e considera fornecer munição
A secretária do Exército dos EUA, Christine Wormuth, disse nesta segunda-feira, 9, que seria necessário financiamento adicional do Congresso para que o Departamento de Defesa fornecesse munições a Israel.
Wormuth não disse se os EUA forneceriam a Israel sistemas adicionais, mas ela esperava que os EUA "se inclinassem para a frente no apoio a Israel" da mesma forma que fizeram com a Ucrânia.
“Estamos obviamente na fase inicial do processo de avaliação da nossa capacidade de apoiar as necessidades das FDI e, tal como fizemos com a Ucrânia, vamos pesar obviamente os impactos dos pedidos na nossa preparação”, disse Wormuth.
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, no sábado, início dos conflitos, já deixou claro todo o seu apoio para Israel. Biden confirmou que conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e reiterou o apoio dos EUA.
“Os Estados Unidos estão ao lado de Israel. Jamais daremos as costas ao seu povo. Asseguramos que daremos o apoio que os cidadãos precisam”, disse o presidente em comunicado oficial.
Irã nega envolvimento no conflito
O jornal Wall Street Journal trouxe neste domingo que oficiais do Irã estariam envolvidos no conflito. Dirigentes das forças de segurança do país ajudaram o Hamas a planejar o ataque contra Israel. Na reportagem, os iranianos deram autorização ao Hamas para realizar a ofensiva.
Representantes de Teerã, capital do Irã, que elogiou a operação, negaram envolvimento no conflito. Em declaração às Nações Unidas, o Irã emitiu uma declaração qualificando o ataque de “ferozmente autônomo e alinhado com os interesses legítimos do povo palestino”.
O vice-conselheiro de segurança dos Estados Unidos, Jon Finer, reiterou nesta segunda-feira que o seu país acredita que o Irã é “amplamente cúmplice” dos ataques do Hamas em Israel, mas disse que os EUA não têm “informações diretas” que liguem esses ataques ao Irã neste momento.
O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, deu seu apoio ao grupo palestino. “O regime sionista e os seus apoiadores são responsáveis por colocar em perigo a segurança das nações da região”, disse Raisi.
O Irã é opositor de Israel e os dois países travam há muito tempo uma espécie de guerra por procuração, na qual grupos apoiados pelo Irã combatem as forças israelenses, o que é o caso do Hamas.
Brasil repudia terrorismo e expatriará brasileiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar "chocado com os ataques terroristas realizados contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas".
“Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, disse Lula.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil divulgou uma nota em que "condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados em Israel a partir da Faixa de Gaza".
Segundo estimativas do Itamaraty, cerca de 14 mil brasileiros vivem em Israel e 6 mil, na Palestina. Atualmente, 1.700 brasileiros fizeram um pedido de expatriação para o Ministério das Relações Exteriores (MRE) por meio de um formulário.
Três brasileiros estão desaparecidos; eles estavam em uma festa que recebeu ataques por conta do grupo Hamas. Outro brasileiro, que também estava no local, foi localizado com ferimentos, mas já recebeu alta.