Cinco pontos-chave sobre a Faixa de Gaza, território assolado por pobreza e guerra

13:02 | Out. 08, 2023

Por: AFP

A Faixa de Gaza, palco de uma nova guerra com Israel desde sábado (07), é um enclave palestino governado pelo movimento islâmico Hamas, que sofre com conflitos, bloqueios e pobreza.

Limitada ao norte e ao leste pelo território israelense, a oeste pelo Mediterrâneo e ao sul pelo Egito, a Faixa de Gaza é um estreito território de 360 km², 41 km de comprimento e entre 6 a 12 km de largura.

Mais de dois milhões de palestinos vivem amontoados na região, com quase 6.000 habitantes por km² - uma das densidades populacionais mais altas do mundo.

Graças à descoberta em 1998 do sítio arqueológico de Tell es-Sakan, os arqueólogos podem atestar que uma cidade cananeia fortificada esteve continuamente ocupada entre 3.200 a 2.000 a.C. onde está localizada a atual Faixa de Gaza.

Posteriormente, Gaza esteve sob o domínio dos assírios, babilônios, romanos, árabes e cristãos.

No século XX, em 1948, o enclave esteve sob controle egípcio, logo após a proclamação do Estado de Israel.

Israel anexou a Faixa de Gaza em 1967, após a Guerra dos Seis Dias entre árabes e israelenses.

Em 12 de setembro de 2005, Israel se retirou unilateralmente da Faixa de Gaza - que é governada desde 2007 pelo Hamas, um movimento islâmico palestino considerado terrorista por Israel.

Em junho de 2006, Israel impôs um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo ao enclave em retaliação ao sequestro de um soldado israelense, que seria libertado em 2011.

Israel reforçou o bloqueio em junho de 2007, quando o Hamas assumiu o poder de Gaza e expulsou a Autoridade Palestina do presidente Mahmud Abbas.

Desde 2018, o Egito manteve aberto, a maior parte do tempo, o posto fronteiriço de Rafah, o único ponto de passagem com o exterior fora do controle de Israel.

Desprovida de recursos naturais, a Faixa de Gaza sofre com a escassez crônica de água e combustível.

O desemprego atinge metade da população, incluindo três quartos dos jovens.

Mais de dois terços da população dependem de ajuda humanitária. A mesma proporção vive abaixo da linha de pobreza.

No final de 2008, Israel lançou uma ofensiva aérea e terrestre para encerrar os ataques de foguetes: 1.440 palestinos e 13 israelenses morreram.

No final de 2012, o exército israelense realizou o assassinato seletivo do líder militar do Hamas, Ahmad Jaabari.

Oito dias de ataques aéreos resultaram em 174 palestinos mortos. Seis israelenses também morreram.

Em julho de 2014, Israel lançou a Operação Margem Protetora para deter o lançamento de foguetes e destruir os túneis escavados no enclave.

A guerra deixou 2.251 mortos no lado palestino, a grande maioria civis, e 74 mortos no lado israelense, quase todos soldados.

Em maio de 2021, uma nova guerra em Gaza resultou em 232 mortos do lado palestino e 12 do lado israelense em 11 dias.

Dois anos depois, em maio de 2023, 35 palestinos, inclusive líderes da Jihad Islâmica, foram mortos em cinco dias de guerra.

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