Narges Mohammadi 'comemorou' Prêmio Nobel da Paz em cela no Irã

Ativista e jornalista de 51 anos, ela também vice-presidente do Centro para os Defensores dos Direitos Humanos

A iraniana Narges Mohammadi, presa desde 2021, celebrou na sua cela em Teerã juntamente com outros detidos o Prêmio Nobel da Paz que ganhou na sexta-feira pela defesa dos direitos das mulheres na República Islâmica, anunciou neste sábado, dia 7, a sua família.

"Narges soube que recebeu o Prêmio Nobel da Paz no final da tarde de ontem através de mensagens enviadas da seção onde estão os homens, que têm acesso mais fácil aos telefones às sextas-feiras", afirmou a sua família em um comunicado enviado à AFP.

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"Naquela mesma noite, a televisão estatal transmitiu o noticiário às 22h30, retratando Narges de forma insultuosa e difamatória", acrescentou.

"Narges e outros prisioneiros explodiram de alegria e celebraram esta vitória em suas celas".

Saiba quem é Narges Mohammadi, vencedora do Nobel da Paz

A ativista e jornalista de 51 anos, também vice-presidente do Centro para os Defensores dos Direitos Humanos, fundado pela iraniana vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Shirin Ebadi, foi detida repetidamente durante 25 anos por se opor ao véu obrigatório e à pena de morte.

Quando o prêmio foi anunciado, a ONU apelou à libertação de Mohammadi, mas o Irã denunciou "uma decisão política e tendenciosa".

A última vez em que Mohammadi ouviu as vozes de seus gêmeos de 16 anos, Ali e Kiana, foi há mais de um ano. A última vez que ela os abraçou foi há oito anos. Seu marido, Taghi Rahmani, de 63 anos, também escritor e ativista que ficou preso por 14 anos no Irã, vive exilado na França com os gêmeos.

Em 2011, ela foi presa pela primeira vez por seus esforços para ajudar ativistas encarcerados e suas famílias.

Acusada de "espalhar propaganda", ela cumpre pena na temida prisão de Evin, em Teerã. Lá, ela trabalha para se opor às condições infligidas a ela e a outras presidiárias, especificamente o uso de tortura e confinamento solitário.

Ali, o filho de 17 anos da ativista, disse estar "muito, muito orgulhoso" da sua mãe, acrescentando que este prêmio foi "uma recompensa para o povo iraniano", na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa em Paris, onde vive com seu pai e sua irmã gêmea.

"Narges sabe que isso a colocará em apuros, mas ela corre esse risco", comentou Taghi Rahmani, marido de Mohammadi.

 

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