O que se sabe sobre a guerra entre Israel e Gaza até agora

Grupo de resistência palestino coordenou onda de foguetes lançados de vários pontos da Faixa de Gaza

12:52 | Out. 07, 2023

Por: Cotidiano O POVO
Palestinos assumem o controle de um tanque israelense após cruzarem a cerca da fronteira com Israel de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023. Barragens de foguetes foram disparadas contra Israel a partir da Faixa de Gaza ao amanhecer, enquanto militantes do enclave palestino bloqueado se infiltravam em Israel , com pelo menos uma pessoa morta, disseram o exército e os médicos (foto: DISSE KHATIB/AFP)

Neste sábado, 7, Israel foi alvo de aproximadamente 2.200 foguetes em um ataque surpresa coordenado pelo grupo palestino Hamas. De acordo com o The New York Times, o número de mortos passa de 200.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), o ataque originou-se da Faixa de Gaza. Horas antes do ataque, o comandante militar do Hamas, Muhammad Al-Deif, anunciou a operação "Dilúvio Al-Aqsa" em uma mensagem gravada, na qual afirmava que o grupo militante palestino havia "alvejado as posições inimigas, aeroportos e instalações militares [de Israel]" com milhares de foguetes.

Israel é atacado por foguetes do Hamas

O braço armado do Hamas assumiu a autoria do ataque com foguetes. "Anunciamos a operação Dilúvio Al-Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5.000 foguetes". "Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação (israelense); o seu tempo de violência sem responsabilização acabou", declarou o grupo islâmico.

Israel declara guerra após Hamas fazer ofensiva surpresa de Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu declarou: "Estamos em guerra”. O presidente afirmou em uma mensagem de vídeo que "esta não é uma operação simples (...). O inimigo pagará um preço sem precedentes". Na mensagem, ele também reconheceu que o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou "um ataque criminoso surpresa".

 

198 mortes são registradas em Israel em confrontos com o Hamas

O Ministério da Saúde do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, disse que até 16h20min (10h20min no horário de Brasília) havia registrado 198 mortes e 1.610 feridos. Autoridades israelenses e palestinas informaram que o número de mortos já passa de 200. 

Operação “em defesa da mesquita de Aqsa”

Segundo o The New York Times, as Brigadas Al Qassam, o braço militar do Hamas, disseram que operação militar foi “em defesa da mesquita de Aqsa”, parte do local sagrado altamente contestado em Jerusalém que milhares de judeus visitaram nas últimas semanas, e contra o bloqueio israelense.

A eclosão da violência começou com uma onda de foguetes lançados de vários pontos da Faixa de Gaza a partir das 6h30min (00h30min no horário de Fortaleza) deste sábado, coincidindo com o último dia das festividades judaicas de Sucot em Israel. O braço armado do Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque e afirmou que milhares de projéteis foram lançados.

Entenda a guerra entre Hamas e Israel

O conflito entre Israel e Palestina perdura há décadas, tendo sua origem na proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947 de criar dois Estados na Palestina (um judeu e um árabe) sob mandato britânico. Em 1948, Israel foi proclamado como um desses estados, dando início a uma longa disputa territorial, na qual o Hamas faz frente nessa disputa.

Hamas: O que é o grupo islâmico que ataca Israel

Principal organização islâmica nos territórios palestinos, o Hamas integra uma aliança regional que engloba o Irã, a Síria e o grupo islâmico xiita Hezbollah no Líbano. Essa coalizão se opõe amplamente à política dos EUA no Oriente Médio e em relação a Israel.

Em árabe, o nome do grupo é um acrônimo para Movimento de Resistência Islâmica, tendo surgido em 1987 durante o início da primeira intifada palestina contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Intifada é o termo utilizado para se referir às revoltas que aconteceram entre palestinos e israelenses.

O Hamas é designado como organização terrorista por Israel e por diversas nações, incluindo Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido.

Repercussão internacional

Muitos países condenaram a ofensiva do grupo islâmico, começando pelos Estados Unidos, que reafirmaram o seu compromisso “inabalável” com Israel e prometeram garantir que o seu principal aliado tivesse os meios para se proteger.

O governo brasileiro anunciou neste sábado, dia 7, que convocará reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para tomar decisões sobre os ataques realizados a Israel a partir da Faixa de Gaza. O Brasil está na presidência do conselho. (Cristina Brito, André Bloc, com agências)