Executivo da Apple depõe em julgamento antimonopólio do Google
Convocado a testemunhar no julgamento contra o Google, um alto executivo da Apple assegurou, nesta terça-feira (26), que o popular motor de buscas era, segundo ele, o melhor produto para os usuários de seus smartphones.
No julgamento histórico, aberto em 12 de setembro, o gigante da Internet é acusado pelo governo americano de abuso de posição dominante.
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Segundo o Departamento de Justiça, o Google construiu sua empresa graças a contratos ilegais de exclusividade com empresas como Samsung, Apple e Mozilla, para que seu buscador fosse instalado como padrão em seus dispositivos e serviços, impedindo, assim, o surgimento de qualquer alternativa a ele.
"Não acredito que haja algo tão bom quanto o Google em matéria de buscas on-line", declarou à corte Eddy Cue, um dos vice-presidentes da Apple.
"Naquele momento não havia nenhuma alternativa viável ao Google. E nós realmente nunca consideramos escolher outro", acrescentou.
Cue fez referência a uma série de acordos iniciados em 2002, quando o Google pagou bilhões de dólares à Apple para obter um lugar de destaque em seus dispositivos.
O acordo foi atualizado em 2016, para que a fabricante do iPhone recebesse uma fatia maior das receitas publicitárias do Google derivados de seu motor de buscas por meio do Safari, o navegador de internet da Apple.
O depoimento de Cue foi aberto ao público rapidamente, antes de prosseguir a portas fechadas por medo das empresas de vazamento de dados sensíveis.
O Google tem dez semanas de audiências para tentar convencer o juiz federal Amit Mehta de que as acusações do governo são infundadas.
É a segunda vez que promotores americanos enfrentam uma grande corporação do ramo da tecnologia desde que, há mais de 20 anos, a Microsoft se tornou alvo devido à predominância de seu sistema operacional, Windows.
O julgamento visa a determinar se o sucesso do motor de buscas do Google se deve ao seu desempenho ou se há práticas ilegais por trás dele.
As audiências judiciais já revelaram que o Google paga anualmente 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 50 bilhões) à Apple e a outras empresas para garantir seu status de motor de buscas padrão em smartphones e navegadores.