Japão remodela governo e aposta em mais mulheres
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou nesta quarta-feira (13) uma reforma de seu governo e aumentou o número de mulheres em cargos de alto escalão em busca de um novo impulso.
Kishida, de 66 anos, assumiu o poder em outubro de 2021, mas sua popularidade sofreu um declínio acentuado nos últimos meses.
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Entre outras mudanças, substituiu seu ministro das Relações Exteriores, Yoshimasa Hayashi, por Yoko Kamikawa, uma política experiente de 70 anos que foi ministra da Justiça. É a primeira vez em 19 anos que uma mulher ocupa a Chancelaria no Japão.
Do total de 19 ministros, cinco são mulheres, três a mais do que no gabinete anterior. Esse número iguala, assim, o recorde de mulheres no governo alcançado em 2001 e 2014.
O ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, foi substituído por Minoru Kihara, de 54 anos, que integra um grupo parlamentar a favor do reforço das relações com Taiwan.
Kishida manteve sua equipe econômica, com Shunichi Suzuki como ministro das Finanças, e Yasutoshi Nishimura, na Economia, Comércio e Indústria.
Os índices de popularidade de Kishida e sua posição no Partido Liberal Democrático (PLD, de direita), no poder, despencaram, devido a um contexto de aumento dos preços na terceira maior economia do mundo.
De acordo com uma pesquisa publicada na segunda-feira pela rede de televisão NHK, o apoio ao governo é de 36%. Outra sondagem mostrou que a maioria dos eleitores está insatisfeita com os esforços do governo para conter a inflação.
Kishida concorrerá à reeleição no próximo ano como presidente do PLD, legenda que domina a política japonesa há décadas.
Em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, Kishida prometeu que seu governo implementará, rapidamente, um novo plano "drástico" para mitigar os efeitos negativos da inflação, e que esta seria a "prioridade máxima" da sua nova equipe.
Vários escândalos também mancharam a imagem do governo nos últimos meses, como as inúmeras falhas do "My Number", um sistema digital nacional de identificação de pessoas para procedimentos administrativos, e os repetidos erros de Shotaro Kishida, o filho mais velho do premiê, que acabou por destituí-lo em maio passado do cargo de secretário político.