Polícia do Equador detona drone explosivo em prisão de segurança máxima
A Polícia do Equador detonou de forma controlada nesta terça-feira (12) um drone carregado com explosivos que havia pousado no telhado de um grande complexo penitenciário da cidade portuária de Guayaquil, palco de violentos massacres por confrontos entre facções de traficantes de drogas.
Um vídeo compartilhado pelo Ministério do Interior mostra o momento em que o corpo de elite da polícia explode o aparato, que pousou no telhado desta prisão de segurança máxima e levava um pequeno contêiner pendurado na parte central. Após a explosão, o telhado da prisão ficou semidestruído.
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Uma equipe de especialistas "neutralizou o drone para desconectar a fonte de energia do artefato explosivo", informou o ministro do Interior, Juan Zapata, na rede social X (antigo Twitter), junto a imagens.
Os detentos da prisão La Roca foram "transferidos" por segurança durante o processo, acrescentou. Não houve vítimas ou feridos.
As prisões do Equador se transformaram em centros de operações para organizações do tráfico de drogas e palco de confrontos que já deixaram mais de 430 presos mortos desde fevereiro de 2021.
O drone havia sido detectado na noite de segunda-feira, de acordo com as primeiras imagens divulgados pelo governo equatoriano. Na manhã desta terça, o dispositivo ainda estava no telhado da prisão e não havia vigilância no local, confirmou um fotógrafo da AFP.
Em 2021, o órgão estatal encarregado das prisões (SNAI) relatou outro ataque com drones explosivos naquele complexo penitenciário de Guayaquil, que inclui La Roca. Embora não tenha havido vítimas, houve danos nos telhados.
Analistas estimam que o Equador fechará 2023 com pelo menos 40 homicídios por 100 mil habitantes, um recorde para uma população de 18,3 milhões de pessoas. Desde 2018, essa taxa quadruplicou, subindo para 26.
La Roca reúne alguns dos criminosos mais perigosos do país, incluindo seis colombianos investigados pelo assassinato a tiros do então candidato presidencial Fernando Villavicencio, em agosto.
Também esteve preso o equatoriano Adolfo Macías, conhecido como Fito, chefe do crime condenado que ameaçou matar o ex-candidato à presidência pouco antes de seu assassinato. Pouco depois, foi transferido de uma prisão de segurança inferior para La Roca, no meio de uma gigantesca operação.
Na sexta-feira ele deixou aquela prisão e foi levado de volta para outra por ordem judicial. O governo criticou firmemente a decisão, considerando-a prejudicial para a segurança do país.
Macías, de 43 anos, lidera a gangue Los Choneros, que conta com uma força de cerca de oito mil homens, segundo centros de pesquisa independentes. Aliada dos cartéis mexicanos e colombianos, esta organização compete com uma dezena de outros grupos no âmbito do tráfico de drogas.
As prisões se transformaram em focos de criminalidade "em consequência da ausência do Estado [...] que é cada vez mais aguda e que tem feito com que parte da população carcerária seja sequestrada por gangues criminosas, que têm muita influência, inclusive política", explicou à AFP Billy Navarrete, diretor da ONG Comitê Permanente para a Defesa dos Direitos Humanos.
Desde maio de 2021, quando o presidente Guillermo Lasso assumiu o cargo, a polícia apreendeu mais de 500 toneladas de drogas. Simultaneamente, a violência cresceu no país cujos vizinhos, Colômbia e Peru, são os maiores produtores de cocaína do mundo.
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