Suécia: gangues usam Spotify para lavagem de dinheiro

Segundo jornal sueco, gangues pagavam pessoas, com dinheiro obtido em atividades ilegais, para ouvir músicas de artistas ligados às organizações criminosas

06:31 | Set. 06, 2023

Por: Bemfica de Oliva
Spotify completa dez anos no Brasil em 2024; artistas independentes foram responsáveis por 70% das receitas geradas por brasileiros na plataforma em 2023 (foto: STEFANI REYNOLDS / AFP)

Criminosos suecos usam o Spotify para lavar dinheiro de atividades como tráfico, roubos e até pistolagem. A revelação foi feita em reportagem do jornal Svenska Dagbladet, do país nórdico, publicada nessa terça-feira, 5.

Segundo a matéria, gangues do país pagavam pessoas, usando valores obtidos ilegalmente, para ouvir músicas de artistas ligados às organizações criminosas. O Spotify remunerava, pelas reproduções, os representantes destes artistas.

Deste modo, os grupos conseguiam dar uma origem "legal" ao dinheiro. De acordo com a reportagem, a renda destas organizações vem de crimes como tráfico de drogas, roubo, fraudes financeiras e até mesmo pistolagem.

O Svenska Dagbladet afirma ter falado com quatro membros de gangues distintas. Todos afirmaram usar a tática, que paga entre 40 mil e 60 coroas suecas (R$ 17,9 a R$ 26,8 mil, em conversão direta) por um milhão de reproduções em uma música.

Um policial, que deu entrevista em condição de anonimato, afirma que tentou contatar o Spotify em 2021, como parte de uma investigação do esquema. Segundo ele, a empresa nunca retornou as ligações.

Em nota à agência de notícias francesa AFP, o Spotify afirmou que "a manipulação das transmissões é um desafio em toda a indústria" (de streaming) e que está "trabalhando duro" para resolver o problema. A empresa não se posicionou especificamente sobre o caso das gangues suecas.

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