Robô explorador encontra moléculas orgânicas em cratera marciana

Os achados foram publicados em artigo da revista Nature no último dia 12 de julho e confirmam a presença de diferentes moléculas orgânicas na cratera Jezera

22:41 | Jul. 13, 2023

Por: Bia Freitas
O robô foi enviado à cratera Jezera, onde pousou em fevereiro de 2021 (foto: NASA Science)

Uma pesquisa publicada pela revista Nature, no último dia 12 de julho, confirmou a presença de diferentes tipos de moléculas orgânicas na cratera Jezero, em Marte. O material foi coletado pelo robô explorador Perseverance, que em fevereiro de 2021 pousou no planeta vermelho em busca de sinais de vida microbiana na cratera.

A matéria orgânica encontrada pelo Perseverance na cratera Jezero sugere que o ciclo geoquímico de formação do planeta seria ainda mais complexo do que cientistas acreditavam.

As análises foram feitas pelo mecanismo Sherloc, que examinou dez alvos coletados pelo Perseverance. Em todos foram encontradas moléculas orgânicas.

“Nossas descobertas sugerem que pode haver uma diversidade de moléculas aromáticas predominantes na superfície marciana, e esses materiais persistem apesar da exposição às condições da superfície,” descreve a publicação. A pesquisa não especificou quais moléculas foram descobertas.

Essa não é a primeira vez que moléculas orgânicas são encontradas em Marte, já tendo sido descobertas em meteoritos marcianos e na cratera Gale. A presença desse material pode, segundo cientistas, auxiliar na compreensão do potencial do planeta para hospedar a vida. 

A cratera Jezero, com 45 km de diâmetro, foi escolhida pela Nasa para exploração do Perseverance por acreditarem ter sido o antigo delta de um rio. Segundo a agência espacial norte-americana, é possível que vida microbiana tenha vivido em Jezero durante os períodos em que a cratera estava inundada de água.

No fundo da cratera também foram encontrados sinais de fluorescência que, se forem inteiramente de origem orgânica, indicariam grande quantidade de matéria orgânica no local.

De acordo com a pesquisa, a fluorescência observada na cratera tem graus variados de associação mineral e padronização espacial, indicando que teriam diferentes mecanismos de formação.