Oito palestinos morrem em incursão israelense de grande escala na Cisjordânia
O Exército israelense matou oito palestinos nesta segunda-feira (3) em Jenin, na Cisjordânia ocupada, durante uma "ampla operação antiterrorista" que incluiu ataques com drones.
As forças israelenses afirmaram que buscam atacar uma "infraestrutura terrorista" e um "centro de operações conjuntas" que, segundo eles, serve como ponto de comando para a "Brigada Jenin", um grupo militante local.
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Em outro comunicado publicado nesta segunda-feira às 10h20, horário local (4h20 no horário de Brasília), o Exército afirmou que os disparos prosseguiam no acampamento de refugiados palestinos próximo à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
As forças israelenses atacaram uma instalação de produção de armas e armazenamento de munições explosivas, detalhou o Exército.
Oito palestinos morreram, e 50 ficaram feridos, dez deles em estado grave, na operação israelense, segundo o Ministério da Saúde palestino.
O Ministério das Relações Exteriores palestino acusou o Exército israelense de ter lançado "uma guerra aberta contra a população em Jenin".
Em outro incidente, "um homem foi morto por disparos da ocupação [israelense] na entrada norte de Al Bireh, perto de Ramallah", acrescentou.
De acordo com um comunicado das forças israelenses, um "soldado ficou levemente ferido por estilhaços de granada do Exército [israelense] na operação" em Jenin.
"Estamos atacando este centro de terrorismo [em Jenin] com grande força", disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, à imprensa em Jerusalém.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou que está sendo aplicada uma "estratégia proativa" contra o terrorismo.
"As pessoas sabiam que provavelmente iríamos entrar, mas o método do ataque aéreo as pegou de surpresa", declarou o tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz do Exército israelense.
Segundo o porta-voz, o Exército tem "alvos específicos". "As plataformas aéreas eram UAVs [veículos aéreos não tripulados]", destacou.
A cidade de Jenin e o acampamento de refugiados adjacente são áreas de confrontos frequentes entre forças israelenses e militantes palestinos.
O Exército israelense realiza regularmente incursões no setor, que está teoricamente sob o comando do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
"Há bombardeios e invasão de terras", disse à AFP Mahmud al-Saadi, diretor do Crescente Vermelho palestino, em Jenin.
"Várias casas e estabelecimentos foram bombardeados [...]. Há fumaça saindo por todos os lados", acrescentou.
Um morador da cidade, Badr Shagul, contou que viu "escavadeiras destruindo casas no campo". A situação é "catastrófica", acrescentou, por sua vez, Mahmud Hawashin.
No hospital da cidade, um jornalista da AFP viu corpos no necrotério e familiares esperando o fim dos combates para poder realizar os funerais.
"Recebemos muitos feridos por explosivos [...], também muitos feridos de bala", afirmou Qasem Benighade, um enfermeiro de 35 anos. "É a pior incursão em cinco anos", frisou.
Ismael Haniyeh, líder do movimento islamista palestino Hamas, qualificou o ataque israelense de "brutal". A Jihad Islâmica palestina afirmou que "todas as opções estão abertas para atacar o inimigo [Israel] em resposta à sua agressão em Jenin".
A Jordânia denunciou "a recente agressão contra a cidade de Jenin" e fez "um apelo urgente à comunidade internacional para [...] acabar com os ataques israelenses aos territórios palestinos ocupados".
A Liga Árabe, por sua vez, convocou uma reunião de urgência para esta terça-feira.
Sete pessoas morreram em junho em uma intervenção do Exército no acampamento de refugiados de Jenin.
Durante o ataque, as forças israelenses também dispararam mísseis de um helicóptero, o que não acontecia na Cisjordânia desde 2002, durante a segunda intifada palestina.
A violência aumentou no mês passado e, desde o início do ano, pelo menos 185 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano morreram, segundo um balanço da AFP com base em informações divulgadas por fontes oficiais.
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