Deusas gregas de Dior e silhuetas surrealistas de Schiaparelli abrem a Semana de Alta-Costura de Paris
15:30 | Jul. 03, 2023
A simplicidade de deusas gregas no desfile da Dior e o surrealismo de Schiaparelli abriram a Semana de Alta-Costura feminina em Paris nesta segunda-feira (3).
Com enormes volumes, vestidos brancos, pretos, dourados e prateados, Schiaparelli homenageou a reputação de vanguarda que ganhou há um século com suas colaborações históricas, com personagens como Dalí e Man Ray.
Liderada por seu diretor artístico, Daniel Roseberry, a marca propôs um show espetacular diante de celebridades como a rapper Cardi B e as atrizes Gwendoline Christie e Philippine Leroy-Beaulieu, no Petit Palais de Paris.
O objetivo era uma "interpretação surrealista do vestuário feminino cotidiano", com blusas brancas, golas altas pretas e casacos de tamanhos exagerados.
Já a Dior invocou deusas gregas para apresentar uma coleção de alta-costura particularmente simples, sem saltos, forros ou babados.
A extrema pureza foi inspirada em antigas estátuas para trazer mais conforto.
Um vestido longo de lã branca abriu o desfile no Museu Rodin, em um cenário desenhado pela artista italiana Marta Roberti.
A silhueta é vertical, as linhas são retas e as cores elegantes: branco, preto, bege, dourado e prateado.
"Estas linhas retas escondem, na verdade, uma notável complexidade. Foi um trabalho de subtração. Quis tirar a capa, o forros, esses elementos que caracterizam os conjuntos de alta-costura", afirmou à AFP Maria Grazia Chiuri, diretora artística da coleção feminina da Dior.
Apesar dos distúrbios em toda a França após a morte de um jovem de 17 anos durante uma operação policial, a alta-costura foi lançada sem incidentes.
"Salvo disposição contrária das autoridades", os desfiles "serão realizados" segundo o previsto, afirmou a Federação de Alta-Costura e Moda.
O indiano Rahul Mishra valorizou as lantejoulas e a experiência dos artesãos em seus 'tailleurs', respeitados no mundo da moda.
Mishra apresentou uma mulher muito sofisticada, com enormes laços em forma de flores cintilantes que cobrem o corpo. Sua coleção brilhou com lamê dourado, transparências que revelam o corpo sutilmente, saltos altos com meias pretas ou prateadas.
Homens se apresentaram pela primeira vez em um desfile próprio em Paris, também com lantejoulas.
Para os próximos dias são esperados os desfiles de dois estreantes: o americano Thom Browne e o francês Charles de Vilmorin.
Vilmorin tem 26 anos e inicia carreira solo depois de ter trabalhado para a casa Rochas.
Até agora, suas duas coleções de alta-costura, uma em cores pop e estampas psicodélicas e outra inteiramente em preto, foram reveladas em vídeos durante a crise de saúde.
A marca saudita Ashi, que já vestiu a rainha Rania da Jordânia, Penélope Cruz, Diane Kruger e Lady Gaga, é a primeira representante do reino e do Golfo a participar da Semana, e desfilará na quinta-feira.
Neste dia, último do evento, também estão previstos os desfiles da espanhola Juana Martin, em sua terceira participação na alta-costura parisiense, assim como Fendi e a marroquina Maison Sara Chraibi.
Stéphane Rolland apresentará nesta terça-feira um desfile dedicado a Maria Callas na Ópera Garnier de Paris, filmado pelo diretor francês Claude Lelouch para sua próxima obra.
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