Implosão 'catastrófica' destruiu submarino que visitava Titanic e matou as 5 pessoas a bordo
Passageiros foram dados como mortos após dias de buscas; implosão em virtude da alta pressão foi a provável causaApós quatro dias de drama e incertezas, a busca chegou ao fim. As cinco pessoas que embarcaram no submersível Titan em uma viagem turística para visitar os destroços do Titanic foram declaradas mortas nesta quinta-feira, 22, depois que equipes de busca encontraram partes do submarino a 500 metros da proa do Titanic, que jaz no leito do Oceano Atlântico a uma profundidade de 3.800 metros desde 1912.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos, que trabalha nas buscas do submersível desaparecido no Oceano Atlântico, em uma área próxima aos restos do Titanic, confirmou a morte de todos os cinco ocupantes da embarcação.
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Em coletiva de imprensa, o contra-almirante da Guarda Costeira John Mauger afirmou que houve uma implosão na embarcação. Mais cedo, os responsáveis pelas buscas confirmaram ter encontrado destroços em uma área próxima ao Titanic.
“Esse é um ambiente imperdoável, no chão do oceano. Os destroços são consistentes com uma catastrófica implosão da embarcação”, disse Mauger. Segundo ele, os detritos encontrados indicam perda de pressão na cabine do Titan, o submersível utilizado em expedições turísticas aos restos do navio afundado em abril de 1912.
Em nota, a OceanGate, responsável pelo Titan, também confirmou a morte dos passageiros do submersível. “Lamentamos a perda das vidas”, disse.
Segundo a Guarda Costeira americana, o Titan implodiu em virtude da "catástrófica perda de pressão interna na cabine". O submersível perdeu contato com o comando remoto em terra que o guiava na expedição rumo ao Titanic no domingo.
Morreram os bilionários Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation e Shahzada Dawood, paquistanês vice-presidente do conglomerado Engro, além de seu filho Suleman, todos passageiros da expedição.
A tripulação composta pelo mergulhador francês Paul-Henry Nargeolet, e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions são as outras vítimas.
Os passageiros pagaram US$ 250 mil cada um (R$ 1,2 milhão) pela expedição.
"Os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica da embarcação", disse o almirante John Mauger, porta-voz da Guarda Costeira americana em entrevista coletiva na quinta-feira.
De acordo com o New York Times, o cenário mais provável é que a explosão tenha ocorrido no domingo, durante a descida da Titan rumo ao Titanic. O barulho provocado pela implosão teria sido facilmente detectado pelas boias de sonares, colocadas no Oceano na segunda-feira, quando começaram as buscas.
Assim, os sons detectados entre terça e quarta-feira por equipamentos das equipes de busca, sempre de acordo com as autoridades locais, não teriam elo com a implosão da Titan
"Sei que há muitas perguntas sobre como, por que e quando isso aconteceu", disse o almirante Mauger, acrescentando que as autoridades têm as mesmas perguntas. "Esse será, tenho certeza, o foco da revisão futura. No momento, estamos focados em documentar a cena."
Questionado sobre as perspectivas de recuperação dos corpos das vítimas, o almirante Mauger disse não ter uma resposta. "Este é um ambiente incrivelmente implacável lá no fundo do mar", disse ele.
Corrida contra o tempo
Para os socorristas, no entanto, a busca pelo Titan sempre foi uma corrida contra o tempo. Quando o submersível, uma embarcação de 22 pés de comprimento de propriedade da OceanGate, perdeu contato com um navio fretado na manhã de domingo, já estava na metade do caminho para o naufrágio do Titanic, e acredita-se que estava equipado com apenas quatro dias de oxigênio.
Mesmo quando as chances de sobrevivência pareciam diminuir, os socorristas disseram que tinham esperança de que o Titã ainda pudesse estar intacto em algum lugar, com cinco pessoas vivas dentro - esperanças que foram frustradas na quinta-feira.
A Guarda Costeira e a OceanGate lamentaram a morte da tripulação e dos passageiros. "Em nome da Guarda Costeira dos Estados Unidos e de todo o comando unificado, ofereço minhas mais profundas condolências às famílias", afirmou o almirante Mauger.
"Estamos de luto pela morte da tripulação e dos passageiros", disse a OceanGate, empresa dona da embarcação, em nota.
Perigo da expedição
Nos últimos dias foi revelado um relatório sobre as falhas de segurança na embarcação.
David Lochridge, ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions, a empresa fabricante, demitido por questionar a segurança do Titan, mencionou em uma ação judicial que o submersível é resultado de um "projeto experimental e não testado".
De acordo com Lochridge, uma parte do submersível foi concebida para resistir à pressão a 1.300 metros de profundidade, e não a 4.000 metros.
Todos estavam cientes dos perigos da expedição, afirmou à BBC Mike Reiss, roteirista de televisão americano que visitou os destroços do Titanic no mesmo submersível no ano passado.
"Você assina um documento antes de embarcar, e na primeira página a morte é mencionada três vezes", contou, ao lembrar que, durante a imersão em águas tão profundas, "a bússola parou de funcionar imediatamente e começou a girar", fazendo com que eles tivessem que se mover às cegas na escuridão do oceano para buscar o transatlântico, que afundou em 1912, em sua viagem inaugural entre a cidade inglesa de Southampton e Nova York.
Das 2.224 pessoas a bordo do Titanic, cerca de 1.500 morreram em um dos naufrágios mais famosos da história.
Desde que os destroços foram descobertos em 1985, a área tem sido visitada por caçadores de tesouros e turistas ávidos por fortes emoções.
Alistair Greig, professor de engenharia marítima na University College London, sugeriu duas hipóteses sobre o que poderia ter acontecido com o Titan.
A primeira estaria relacionada a um problema elétrico ou de comunicação, o que não impediria o submersível de voltar à superfície.
Outro cenário envolveria danos ao casco de pressão, o que dissiparia as esperanças de encontrar os passageiros com vida. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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