Mulher trans agredida por policiais em Milão é cearense
Imagens capturadas por populares que presenciaram a violência mostram o uso de bastões, pontapés e spray durante a agressão contra a vítimaA brasileira espancada por policiais na última quarta-feira, 24, em Milão, na Itália, é natural de Fortaleza, segundo a imprensa italiana. Há 29 anos na Itália, a mulher, identificada como Bruna, foi alvo de uma série de agressões cometidas por quatro oficiais da polícia milanesa.
O caso tomou grande repercussão nas redes sociais após a divulgação de um vídeo gravado por testemunhas da abordagem. Na gravação, é possível ver três policiais do sexo masculino atingindo a cearense nas costelas e até na cabeça com o uso de cassetetes, enquanto uma policial mulher assiste à cena.
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As agressões aconteceram próximo a uma escola, depois que pais de alunos ligaram para a Polícia afirmando que Bruna estaria incomodando crianças no local. “Não me despi e não incomodei nenhuma criança. Não havia crianças lá ", contestou a mulher em entrevista ao jornal Corriere della Sera.
Ela ainda afirma que estava realmente agitada, mas devido a uma discussão que tinha com outros estrangeiros que a xingavam perto de um parque da cidade. "Estava nervosa, é verdade. Eu estava discutindo com cinco peruanos bêbados que me insultavam", conta.
Após a violenta abordagem, Bruna foi colocada em uma viatura policial e levada até a delegacia. Durante o caminho, a cearense tentou fugir e se esconder em um canteiro de flores, mas logo foi encontrada pelos policiais.
A equipe que realizou a abordagem também acusou Bruna de ameaçá-los dizendo que seria soropositivo e passaria HIV para eles. A informação também foi negada pela mulher, que afirmou apenas ter se alterado pelo fato de eles a levarem presa, e não os homens que a insultavam.
“Não é absolutamente verdade. A única coisa que fiz foi morder minha mão nervosamente. Quando fico com raiva, fico com raiva, mas não sou violenta”, explica.
Bruna foi levada até a delegacia, onde recebeu visita de um representante do consulado brasileiro. Após o caso, ela disse que sofreu com dores de cabeça e ardor nos olhos.
Um inquérito foi aberto na última quinta-feira, 25, para investigar o caso. A vítima relembra o episódio com indignação. “Foi terrível. Me senti tratada como um cachorro. Eu estava tão assustada. Agora quero processá-los.”