Ministro do STJ determina apreensão do passaporte de Robinho

Autor DW Tipo Notícia

Crime pelo qual Robinho foi condenado ocorreu em janeiro de 2013 em uma boate de Milão, no norte da ItáliaObjetivo da medida é evitar que o ex-jogador deixe o Brasil, onde poderá começar a cumprir a pena de nove anos, à qual foi condenado na Itália por estupro.O ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ordenou nesta sexta-feira (24/03) que o ex-jogador Robinho, de 39 anos, entregue seu passaporte à Justiça. Em janeiro do ano passado, ele foi condenado a nove anos de prisão pela Justiça da Itália, em última instância, por estupro. O STJ analisa um pedido do governo italiano para que o ex-jogador inicie o cumprimento da pena no Brasil. De acordo com a decisão, Robinho tem um prazo de cinco dias para entregar o documento e, assim, está proibido de deixar o país. A justificativa para a medida, segundo o ministro, é para garantir que a pena, eventualmente, seja cumprida. Falcão também mencionou que a retenção do passaporte ocorre pelo fato de Robinho ter recursos para deixar o país. Ao citar que o ex-jogador foi condenado "pela prática de crime grave e de repercussão internacional", destacou que ele "detém condição socioeconômica que possibilita eventual evasão da jurisdição brasileira, o que autoriza a decretação da medida excepcional [...]". Falcão também proferiu que "[...] enquanto tramita este pedido de homologação, convém a fixação de cautelares diversas da prisão para garantir eventual futura decisão acatando o pedido de execução da pena em território nacional". Inicialmente, o pedido de retenção do passaporte de Robinho havia sido feito pela União Brasileira de Mulheres (UBM), que participa do processo como parte interessada. Depois, o Ministério Público Federal fez a mesma solicitação, acatada pelo ministro. Entenda o caso O crime pelo qual Robinho foi condenado ocorreu na boate Sio Café, em Milão, e envolveu, além do ex-jogador e seu amigo Ricardo Falco, outros quatro brasileiros, de acordo com informações da Procuradoria de Milão. Os outros suspeitos, no entanto, deixaram a Itália durante as investigações e, por isso, não foram acusados, somente citados no processo. A vítima, uma mulher albanesa que reside na Itália, afirmou que conhecia o então jogador e alguns amigos dele, e que esteve na noite de 22 de janeiro de 2013 com o grupo e mais duas amigas na casa noturna. Ela estaria comemorando seu aniversário de 23 anos. Depois que as amigas foram embora, o brasileiro e seus amigos, segundo a vítima, deram a ela bebidas alcóolicas que a deixaram inconsciente, sem poder oferecer resistência à violência sexual. Por meio de gravações autorizadas pela Justiça italiana, o brasileiro foi flagrado dizendo frases como "a mulher estava completamente bêbada". Robinho deixou o Milan em 2015, após cinco anos no clube. Quando a imprensa italiana divulgou que ele e outros brasileiros eram investigados por violência sexual, ele já estava de volta ao Brasil, atuando pelo Santos. Mais tarde, jogou também na China, antes de chegar ao Atlético-MG, em fevereiro de 2016. Em 2009, quando defendia o Manchester City, o jogador sofreu acusação semelhante no Reino Unido. O caso, um crime sexual que teria ocorrido em uma boate na cidade de Leeds, não gerou condenação, mas chegou a levar, na época, à prisão de Robinho, que foi liberado após pagar fiança. gb (ots)

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