Crianças indígenas perdidas na Amazônia: o que aconteceu? Entenda
Diante de informações errôneas do governo colombiano, os quatro irmãos indígenas seguem desaparecidos pela selva; veja o que se sabe até agora sobre o casoNo último dia 1º de maio, um pequeno avião que decolou de Araracuara e partiu em direção a San José Del Guaviare, na Colômbia, apresentou sinais de problemas mecânicos e sofreu uma queda enquanto sobrevoava a floresta densa da Amazônia selvagem.
Momentos antes do acidente, o piloto responsável pelo voo, Hernando Murcia Morales, emitiu alarmes buscando ajuda, mas desapareceu dos radares logo em seguida.
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Após as Forças Militares da Colômbia iniciarem as operações de busca, três corpos adultos foram encontrados, sendo reconhecidos como o piloto da aeronave, um dos líderes da comunidade indígena, cuja etnia é Huitoto, e Magdalena Mucutuy Valencia, mãe das crianças indígenas que seguem desaparecidas.
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Crianças perdidas na Amazônia: pistas apuradas
As Forças Militares colombianas encontraram sinais de que as crianças estão vivas 14 dias após a queda da aeronave, mas as quatro permanecem desaparecidas na floresta.
O comando de busca segue em trabalho por Lesly Jacobombaire Mucutuy, de 13 anos; Soleiny Jacobombaire Mucutuy, de 9 anos; Tien Noriel Ronoque Mucutuy, de 4 anos; e Cristin Neriman Ranoque Mucutuy, de apenas 11 meses.
As pistas tratam de uma mamadeira, que provavelmente pertencia ao bebê presente no voo, além de frutas mordidas, indicando que uma criança havia consumido. Dois dias adiante, 16 de maio, as equipes de busca encontraram uma cama improvisada feita de pedras, galhos e folhas.
Outras pistas como pequenas pegadas, fitas de cabelo e tesouras não passaram despercebidas pelas Forças Militares, que julgaram ser também dos menores indígenas, os quais, segundo o avô, Fidencio Valencia, "estão acostumados a estar na selva", mas poderiam ter se escondido por medo após o acidente.
Crianças perdidas na Amazônia: informações confusas
No dia 17 de maio, o presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou em tweet que as crianças foram encontradas, no que logo foi retificado pelas Forças Armadas.
Em pronunciamento oficial, a equipe lamentou o fracasso da operação de busca, mas os relatórios indicavam que os quatro irmãos estavam bem.
A postura de Petro foi criticada pelos cidadãos colombianos, que receberam um pedido de desculpas do presidente pelo Twitter na última quinta-feira, 18.
"Sinto muito pelo que aconteceu. As Forças Armadas e as comunidades indígenas continuarão em sua busca incansável para dar ao país a notícia que tanto espera. Neste momento não há outra prioridade senão avançar com a busca até encontrá-los. A vida das crianças é o mais importante", escreveu em tweet.
No mesmo dia, Astrid Cáceres, presidente do Instituto de Bem-Estar da Família, órgão do governo colombiano que também está encabeçado das buscas, afirmou que, segundo moradores locais, os quatro irmãos foram localizados numa aldeia indígena de difícil acesso.
Entretanto, na sexta-feira, 19, em entrevista à rádio colombiana Caracol, indígena Edwin Paki nega a informação dada pelo órgão governamental. “Foi um mal-entendido. As rádios de comunicação entre os postos de saúde locais são um pouco ruins, e um promotor escutou mal”, declarou.
Crianças perdidas na Amazônia: Operação Esperança
As buscas continuam com mais de cem oficiais na operação, além da ajuda de indígenas das comunidades locais. Toda noite, helicópteros sobrevoam a selva para propagar mensagens da avó, que são gravadas na língua nativa Huitoto para chamá-los.
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