Polícia alemã investiga possíveis envenenamentos de russos exilados

As autoridades da Alemanha abriram uma investigação por suspeitas de envenenamento, depois que uma jornalista e uma ativista russas no exílio relataram problemas de saúde após uma reunião de dissidentes em Berlim, informou a polícia à AFP neste domingo (21).

"As investigações estão em curso", declarou um porta-voz da polícia de Berlim, confirmando as informações veiculadas pelo jornal Die Welt no sábado à noite, mas sem dar mais detalhes sobre o procedimento.

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O veículo de jornalismo investigativo russo Agentstvo noticiou esta semana os problemas de saúde de duas participantes de uma reunião de dissidentes russos, nos dias 29 e 30 de abril, organizada pelo homem de negócios e detrator do Kremlin Mikhail Khodorkovski.

Uma participante, identificada como uma jornalista que deixou a Rússia recentemente, teve sintomas não especificados durante o evento, e declarou que os mesmos podem ter começado antes.

O veículo de informação acrescentou que a jornalista foi ao hospital Charité de Berlim, onde foi tratado o opositor russo Alexei Navalny, vítima de um envenenamento em agosto de 2020.

A segunda participante citada é Natalia Arno, diretora da ONG Free Russia Foundation nos Estados Unidos, onde vive há dez anos, desde que deixou a Rússia.

Arno esteve em Berlim no fim de abril, antes de ir para Praga, na República Tcheca, onde apresentou os sintomas e descobriu que alguém havia entrado em seu quarto de hotel, segundo o Agentstvo.

No dia seguinte, retornou aos Estados Unidos, onde procurou um hospital e fez contato com as autoridades.

Esta semana, Arno publicou uma mensagem no Facebook explicando que sentiu "fortes dores" e "dormência", e que os primeiros "sintomas estranhos" se manifestaram antes de sua chegada a Praga. Ela acrescentou que ainda tem sintomas, mas que se sente melhor.

Nos últimos anos, diversos casos de envenenamento foram registrados contra opositores do Kremlin, tanto na Rússia quanto no exterior. Moscou, por sua vez, nega qualquer envolvimento de seus órgãos de inteligência.

No caso de Navalny, laboratórios europeus confirmaram o uso da substância tóxica Novichok, um agente nervoso desenvolvido na União Soviética.

smk-bur-fcz/ybl/hgs/zm/rpr

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mídia Rússia diplomacia política polícia Alemanha Alexei Navalny Mikhail Khodorkovski

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