Morte de indígena Yanomami em conflito com garimpeiros é investigada
As autoridades investigam a morte de um indígena em terras Yanomami, no norte do país, que segundo o governo foi baleado no sábado (29) por garimpeiros que invadem ilegalmente a região em busca de ouro e que também deixaram dois feridos.
"Com muito pesar soubemos do ataque a tiros de garimpeiros contra três indígenas Yanomami, um veio a óbito e os outros dois estão sob atendimento em estado grave", informou o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em sua conta oficial no Instagram.
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"A Polícia Federal tomou conhecimento no início da noite de ontem (29) de um ataque que indígenas Yanomami teriam sofrido de garimpeiros", e que três indígenas ficaram feridos, um deles fatalmente.
"Duas equipes da PF se deslocaram aos locais relacionados ao conflito, na comunidade indígena UXIU, com intuito investigar o ocorrido e de interromper eventuais agressões que ainda estivessem em andamento", informou a polícia em comunicado.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva lançou em fevereiro uma operação em conjunto com as Forças Armadas e policiais para expulsar milhares de garimpeiros que ocupam ilegalmente a reserva indígena Yanomami na Amazônia, perto da fronteira com a Venezuela, onde os invasores em busca de ouro são acusados de desencadear um crise humanitária.
O indígena morto, que teria sido baleado na cabeça, tinha 36 anos, segundo o G1.
A PF afirmou neste domingo que, enquanto trabalha para "identificar, localizar e prender os autores dos crimes", as "ações de desintrusão dos invasores das terras indígenas continuam".
O MPI informou que uma comitiva "interministerial" está a caminho de Roraima "para reforçar ainda mais as ações de desintrusão dos criminosos".
"A situação de invasores na terra indígena Yanomami vem de muitos anos e mesmo com todos os esforços sendo realizados pelo Governo Federal, ainda faltam muitas ações coordenadas até a retirada de todos os invasores do território", acrescentou o MPI.
Lideranças indígenas afirmam que os garimpeiros contaminaram a água dos rios com mercúrio, destruíram a mata, estupraram e assassinaram membros de sua comunidade, além de desencadear uma crise alimentar que está devastando os 30 mil Yanomami da região.
A PF abriu em janeiro uma investigação por possível "genocídio" contra os Yanomami, após a publicação de um relatório oficial que informava a morte no ano passado de cem crianças menores de cinco anos, algumas delas por desnutrição.
Além de iniciar a operação na terra Yanomami, Lula, que voltou ao poder em janeiro, retomou nesta semana a demarcação das terras indígenas pendentes de reconhecimento, uma das principais reivindicações dos povos indígenas. O tema ficou paralisado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
mel/am