Primeiro foguete impresso em 3D decola com sucesso mas não consegue entrar em órbita
Embora não tenha conseguido atingir a órbita, o lançamento de quarta-feira demonstrou que o foguete poder suportar os rigores da decolagemO primeiro foguete impresso em 3D do mundo não conseguiu entrar em órbita devido a uma "anomalia" após o lançamento com sucesso na quarta-feira (22), o que representou um passo a mais para a empresa responsável pela construção da aeronave.
O foguete não tripulado Terran 1 decolou de Cabo Canaveral, Flórida, às 23H25 locais (0H25 de Brasília, quinta-feira), mas sofreu uma "anomalia" durante a separação do segundo estágio, quando seguia para órbita baixa da Terra, de acordo com a transmissão ao vivo.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A Relativity Space, uma start-up com sede na Califórnia que fabricou o foguete, não divulgou mais detalhe.
Embora não tenha conseguido atingir a órbita, o lançamento de quarta-feira demonstrou que o foguete poder suportar os rigores da decolagem.
O lançamento bem-sucedido do Terran 1 aconteceu na terceira tentativa.
No dia 8 de março o lançamento foi adiado no último minuto devido à temperatura do propulsor. A segunda tentativa, em 11 de março, foi cancelada por um problema na pressão do combustível.
O Terran 1 não transportava uma carga útil em seu primeiro voo, mas eventualmente será capaz de colocar até 1.250 quilos na órbita baixa da Terra.
O foguete, financiado com recursos privados, tem 33,5 metros de altura, 2,2 metros de diâmetro e 85% de sua massa é impressa em 3D com ligas metálicas, incluindo os nove motores Aeon 1 no primeiro estágio e o motor Aeon Vacuum no segundo estágio.
É o maior objeto impresso em 3D já visto, feito com as maiores impressoras de metal 3D do mundo, de acordo com a empresa com sede em Long Beach, na área metropolitana de Los Angeles.
Primeiro foguete impresso em 3D tem motores que usam oxigênio e gás natural líquidos
O objetivo da Relativity é produzir um foguete 95% impresso em 3D.
O Terran 1 possui motores que usam oxigênio líquido e gás natural líquido, "os propelentes do futuro", capazes de eventualmente alimentar uma viagem a Marte, de acordo com a Relativity.
Os foguetes Starship, da SpaceX, e Vulcan, da United Launch Alliance, usam o mesmo combustível.
A Relativity também está construindo um foguete maior, o Terran R, capaz de colocar uma carga útil de 20.000 kg na órbita baixa da Terra.
O primeiro lançamento de um Terran R, projetado para ser totalmente reutilizável, está programado para 2024.
Um operador de satélite pode esperar anos antes de conseguir um lugar nos grandes foguetes Arianespace ou SpaceX. A Relativity Space espera entrar no mercado em breve com seus foguetes impressos em 3D.
A empresa afirmou que seus foguetes impressos em 3D usam 100 vezes menos peças do que os tradicionais e podem ser montados a partir de matérias-primas em apenas 60 dias.
A Relativity já assinou contratos de lançamento comercial no valor de cerca de US$ 1,65 bilhão, principalmente para o Terran R, de acordo com o CEO e cofundador da empresa, Tim Ellis.