China suspende restrições de vistos a estrangeiros impostas na pandemia

O país dá mais um passo na reabertura ao mundo, poucos meses depois de começar a desmantelar a estratégia restritiva "Covid zero", imposta durante quase três anos devido à pandemia

06:04 | Mar. 14, 2023

Por: AFP
Aeroporto Internacional da Capital em Pequim em 14 de março de 2023. A China começará a emitir novamente uma série de vistos para estrangeiros em 15 de março, em uma grande flexibilização das restrições de viagem em vigor desde o surto da pandemia (foto: JADE GAO / AFP)

A China vai retomar a emissão de vários tipos de visto para estrangeiros no próximo dia 15, anunciou o ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira, 14, suspendendo assim as restrições em vigor desde o começo da pandemia de Covid-19.

Desta maneira, o país dá mais um passo na reabertura ao mundo, poucos meses depois de começar a desmantelar a estratégia restritiva "Covid zero", imposta durante quase três anos devido à pandemia.

Além da revisão e aprovação de novos documentos de viagem, os vistos emitidos antes de 28 de março de 2020 que ainda estão vigentes serão válidos para entrar na China, informa uma nota publicada nas redes sociais do escritório de assuntos consulares do ministério.

Comunicados similares foram publicados nos sites de várias representações diplomáticas chinesas no exterior, incluindo as embaixadas nos Estados Unidos e França.

A nova política também restabelecerá a possibilidade de conceder entradas sem visto a alguns tipos de viajantes, como os visitantes que chegam em cruzeiros a para Xangai ou os grupos de turistas procedentes de Hong Kong, Macau e alguns países do sudeste asiático.

Antes da adoção do confinamento devido à pandemia, a China recebeu 65,7 milhões de visitantes internacionais em 2019, segundo a Organização Mundial do Turismo, vinculada à ONU.

Mas enquanto a maioria dos países reabriu suas fronteiras para viajantes internacionais muito antes, a China começou a abandonar as medidas drásticas da política "covid zero" no fim de 2022, depois dos protestos da população contra as restrições.

As manifestações do fim de novembro reclamavam mais liberdade e algumas pessoas chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping, uma oposição ao regime comunista que não era registrada desde a revolta pró-democracia que o exército reprimiu em 1989.

No início de dezembro, as autoridades chinesas anunciaram o fim do sistema de testes em larga escala, confinamentos e quarentenas prolongadas, mas a decisão provocou um aumento expressivo de casos de covid.

Pequim anunciou no fim de dezembro que os visitantes procedentes de outros países não precisavam mais cumprir um período de quarentena, mas prosseguiu com as restrições de vistos para os estrangeiros.

Na ocasião, o governo afirmou que "continuaria a ajustar sua política de vistos para estrangeiros que visitam a China de maneira científica e dinâmica, de acordo com (...) a situação da pandemia".

Também retomou o processamento de passaportes chineses para "turismo" ou "visitas de amigos ao exterior".

O anúncio da reabertura acontece depois de uma importante sessão do controlado Parlamento nacional, que confirmou o terceiro mandato de Xi Jinping como presidente e nomeou seu aliado Li Qiang como primeiro-ministro.

Li admitiu na segunda-feira que alcançar a meta estabelecida de crescimento "ao redor de 5%" em 2023 não será "uma tarefa fácil".