Chefe de Direitos Humanos da ONU menciona Brasil ao criticar racismo e discriminação no mundo
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos denunciou, nesta terça-feira (7), "a ameaça virulenta" da discriminação e do racismo e criticou a violência contra as mulheres, as pessoas LGBTQIA+ e outras minorias no mundo.
"A discriminação e o racismo são ameaças virulentas, tanto à dignidade humana quanto às nossas relações como seres humanos", alertou Volker Turk, em seu primeiro discurso perante o Conselho de Direitos Humanos desde que assumiu o cargo há seis meses.
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"Eles dão armas ao desprezo. Humilham e violam os direitos humanos, alimentam rejeições e desesperam e impedem o desenvolvimento", acrescentou o responsável em um vibrante discurso, no qual revisou os casos mais flagrantes de violação dos direitos humanos no mundo, do Afeganistão ao Irã, passando pelo Brasil.
O alto comissário destacou a violência policial em muitos países contra pessoas negras, um "exemplo do dano estrutural profundamente enraizado na discriminação racial".
Citou relatórios recentes de seus serviços na França, Reino Unido, Irlanda e Austrália, mas especialmente no Brasil, onde o número de brancos mortos pela polícia caiu 31% em 2021, mas o de negros aumentou 6%.
Na véspera do Dia Internacional da Mulher, Turk também alertou sobre "o alcance e a magnitude da discriminação contra mulheres e meninas, uma das piores violações dos direitos humanos no mundo".
E denunciou a situação no Afeganistão, onde o Talibã privou as mulheres da maior parte de seus direitos humanos, e no Irã, onde os manifestantes exigem mais direitos para as mulheres, em muitos casos colocando suas vidas em perigo.
Com relação aos avanços nesta área, Turk citou o progresso em Serra Leoa e na Espanha.
Mulheres e meninas não são as únicas vítimas desse "discurso de ódio", acrescentou Turk. Também sofrem ataques "pessoas de origem africana, judeus, muçulmanos, pessoas LGBTQIA+, refugiados, migrantes e muitas outras pessoas de grupos minoritários".
Da mesma forma, o responsável lamentou "provocações deliberadas (...) que tentam abrir brechas entre as comunidades", como quando ativistas de extrema direita profanaram recentemente cópias do Corão na Suécia. "É muito perigoso", afirmou.
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