Marido é condenado a um ano de prisão por tapa ao vivo em esposa no TikTok
Ela participava de transmissão com três amigos para milhares de pessoas, e seu marido a agrediu com força suficiente para virar seu rosto e levá-la às lágrimas. Porém, ela não apresentou denúnciaUm homem foi condenado a um ano de prisão na Espanha por dar um tapa na esposa durante uma transmissão do TikTok, anunciou o tribunal nesta segunda-feira (27), uma decisão incomum porque a mulher não denunciou o incidente.
Em sua sentença publicada nesta segunda-feira, um tribunal de Soria (norte) considerou o réu culpado do crime de violência contra mulheres.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Os fatos ocorreram na noite de 27 para 28 de janeiro em Soria, quando ela participava de uma transmissão com três amigos para milhares de pessoas, e seu marido a agrediu com força suficiente para virar seu rosto e levá-la às lágrimas.
"O acusado, de forma pública e notória, diante de milhares de pessoas, agrediu a sua mulher, com a intenção de atentar contra a sua integridade física e humilhá-la em público", concluiu o tribunal.
A magistrada que proferiu a sentença lembrou que "nos crimes de violência de gênero não é necessária a denúncia da vítima, devendo a punição ser aplicada logo que se conheça a autoria". Esta regra é importante, já que o réu se recusou a responder perguntas durante o julgamento e sua esposa o defendeu.
"O simples fato de o tapa ter sido transmitido ao vivo é suficiente para que o Poder Público amplie o âmbito de proteção da vítima, independentemente de ela se reconhecer como tal", continua a sentença.
A conduta do homem, segundo a magistrada, "merece a pena máxima a ser aplicada, uma vez que o acusado não é capaz de respeitar a sua mulher, nem mesmo em público".
O tribunal condenou o homem a se afastar da vítima por três anos, o proibiu de falar com ela e de comprar armas durante esse período.
Há duas décadas, a Espanha fez do combate à violência contra as mulheres uma de suas prioridade. Em 2004, seu Parlamento aprovou a primeira lei na Europa que considera o gênero da vítima uma circunstância agravante em casos de violência.