Sobe para 65 número de mortes confirmadas após chuvas no litoral norte de SP
São Sebastião, um balneário turístico situado a cerca de 200 km da cidade de São Paulo, recebeu mais de 680 milímetros de chuva em um período de 24 horas
19:34 | Fev. 26, 2023
O número de mortes confirmadas pelas chuvas históricas que arrasaram o litoral norte do estado de São Paulo subiu para 65, informou o governo paulista neste domingo (26), após a descoberta de um corpo uma semana após o temporal.
"Até o momento, 65 óbitos foram confirmados, sendo 64 em São Sebastião e um em Ubatuba", dos quais já foram identificados "21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças", informou em nota divulgada à noite o governo do estado, que mais cedo havia reportado 64 mortes.
São Sebastião, um balneário turístico situado a cerca de 200 km da cidade de São Paulo, recebeu mais de 680 milímetros de chuva em um período de 24 horas no fim de semana passado, mais que o dobro do esperado para todo o mês e o maior volume acumulado em um dia na história do Brasil, segundo as autoridades.
Após a descoberta de outro corpo na tarde deste domingo, as autoridades concluíram as buscas por desaparecidos na região mais afetada pelo temporal, a localidade de Vila do Sahy, segundo a GloboNews, citando fontes da Defesa Civil.
O governo de São Paulo, que durante a semana chegou a reportar cerca de 30 desaparecidos, não respondeu à AFP se continuaria com as buscas em outros lugares.
Mais de 2.400 pessoas continuavam fora de suas casas, segundo o último balanço oficial.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alertou a população de São Sebastião sobre o risco de que ocorram "deslizamentos residuais" nas próximas horas, devido a "pancadas de chuvas isoladas" previstas para a segunda-feira na região.
No entanto, "não se trata de eventos generalizados, nem com a mesma magnitude dos eventos do final de semana", ponderou.
Na quinta-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, admitiu que o sistema de alerta à população por mensagens SMS não foi suficiente para evitar a tragédia, e anunciou a instalação de sirenes em áreas de risco e a construção de casas para os desabrigados.
Segundo os especialistas, eventos extremos como este são causados pela combinação dos efeitos da mudança climática com a urbanização desordenada.
Cerca de 9,5 milhões de pessoas vivem em áreas de risco no Brasil, sujeitas a deslizamentos e inundações.