China trabalha para atuar como país mediador entre Ucrânia e Rússia

Os combates entre as tropas russas e ucranianas prosseguem neste sábado (25) na Ucrânia, em particular no leste do país, no momento em que a China avança em seus esforços de mediação em busca de uma solução para um conflito que completou um ano.

A China, aliada da Rússia, não adotou uma posição sobre a invasão, mas na sexta-feira publicou um documento de 12 pontos em que pede um diálogo às partes, insiste no respeito à integridade territorial e expressa oposição ao uso de armas nucleares.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Os países ocidentais receberam a intervenção diplomática chinesa com ceticismo, mas o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, se declarou disposto a "trabalhar" com Pequim e anunciou a intenção de ter uma reunião com o chefe de Estado da China, Xi Jinping.

A Rússia afirmou que "aprecia" os esforços chineses, mas insistiu na necessidade de reconhecimento da anexação de quatro regiões ucranianas reivindicadas por Moscou.

Sem levar em consideração os questionamentos de Alemanha e Estados Unidos, o presidente da França, Emmanuel Macron, considerou o fato de a China se comprometer com os esforços de paz algo muito bom". Ele anunciou que viajará a Pequim no início de abril.

Aliada estratégica da Rússia, a China optou pela abstenção na quinta-feira na votação de uma resolução da Assembleia Geral da ONU que exige uma retirada "imediata" das tropas russas

Macron, cujo país é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, considerou que a paz "só é possível se incluir o fim da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito à soberania territorial e do povo ucraniano".

O presidente francês pediu à China que "não entregue armas à Rússia" e "ajude a pressionar a Rússia para que, evidentemente, não utilize nunca (armas) químicas nem nucleares, e que interrompa esta agressão antes de uma negociação".

As autoridades chinesas anunciaram neste sábado a visita em 28 de fevereiro do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que cedeu o território bielorrusso para o início da ofensiva russa.

O Cazaquistão, país de forte influência econômica da Ásia central e aliado da Rússia, mas que até o momento havia adotado uma posição neutra no conflito, expressou apoio à proposta chinesa.

No campo de batalha, a Ucrânia anunciou que está monitorando a atividade da frota russa no Mar Negro. De acordo com a porta-voz do Comando Sul do exército ucraniano, Natalia Gumenyuk, as forças russas mobilizaram nove navios, incluindo um lançador de mísseis.

"Desde ontem, eles dobraram a presença, o que pode indicar preparativos para uma expansão ainda maior. Um alerta aéreo já foi acionado duas vezes hoje em todo o território da Ucrânia", disse.

O Parlamento ucraniano aprovou o aumento para dois quilômetros de largura de uma faixa ao longo das fronteiras Ucrânia-Rússia e Ucrânia-Belarus que serão "campos minados".

Na sexta-feira, dia em que a invasão completou um ano, o presidente ucraniano afirmou que considera a vitória de seu país contra a Rússia algo "inevitável" este ano.

O número dois do Conselho de Segurança russo, o ex-presidente Dmitri Medvédev, também prometeu a "vitória" e afirmou que a Rússia está disposta a seguir "até as fronteiras da Polônia".

Em uma visita a Kiev, o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, anunciou a entrega de quatro tanques Leopard 2 e afirmou que outros blindados chegarão em alguns dias.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, também mencionou a entrega de quatro Leopard 2 adicionais, o que eleva o total a oito.

A União Europeia aprovou na sexta-feira o 10º pacote de sanções para atingir a economia russa e empresas iranianas acusadas ajudar na invasão.

As medidas afetam 121 pessoas e instituições, incluindo fabricantes iranianos de drones.

Zelensky reiterou neste sábado o pedido por "aumentar a pressão" sobre Moscou.

Além das novas restrições às exportações russas para o território comunitário, no valor de 11 bilhões de euros (11,63 bilhões de dólares, 60,2 bilhões de reais), a UE pretende congelar os ativos de três bancos russos e de várias instituições, incluindo empresas iranianas acusadas de fornecer drones a Moscou, segundo fontes diplomáticas.

O governo dos Estados Unidos anunciou, em coordenação com os países do G7, uma nova série de sanções dirigida especialmente contra cidadãos e empresas russas dos setores de metalurgia, mineração, equipamentos militares e semicondutores.

bur/ib/aoc/mis/sag/fp

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Ucrânia conflito Rússia diplomacia ONU Otan armamento Rishi Sunak Joe Biden Xi Jinping Julia Roberts Mark Hamill Dmitri Medvedev Justin Trudeau Vladimir Putin Mateusz Morawiecki Volodymyr Zelensky

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar