Artesão resgata profissão milenar nas montanhas do Líbano
Em um vilarejo situado a 1.200 metros de altitude, Yusef Akiki é, atualmente, um dos últimos a dominar uma técnica milenar: a confecção de um chapéu utilizado no passado por camponeses que habitavam as montanhas do Líbano.
O "Labbadeh", do árabe "labd" (feltro de lã), cujo formato lembra o de um gorro, era usado para enfrentar os invernos rigorosos.
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Herdado dos "fenícios, que usavam uma versão mais longa" e menos arredondada, o artigo feito de lã de ovelha é à prova d'água e possui cores variadas como branco, cinza, marrom e preto.
"Os anciãos da aldeia faziam seus próprios Labbadeh", diz Yusef Akiki, em sua cidade de Hrajel, onde costuma nevar.
Para a confecção do artigo, o homem de 60 anos segue um processo muito preciso. Seca a lã de ovelha ao sol e a molda manualmente com água e sabão de Aleppo, até virar feltro de lã.
Essa mistura "facilita o encolhimento da lã para torná-la maleável, como uma pasta", explica, dizendo que é possível confeccionar até três 'Labbadeh' por dia.
Em desuso há muitos anos, o artigo atualmente é vendido a turistas ou libaneses nostálgicos com os tempos de infância, que o compram para exibi-lo em casa.
"O Estado devia garantir mercados e locais para expor", diz.
Para não ver a técnica desaparecer novamente, ele decidiu criar modelos mais modernos e também tenta passar seus conhecimentos para seus sobrinhos.
No entanto, a venda de seus trabalhos artesanais não garante o sustento integral de Yusef, que também é agricultor em um país que sofre uma grave crise econômica.
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