Morre, aos 91 anos, o diretor espanhol Carlos Saura

O último filme de Carlos Saura, "Las paredes hablan" (2022), havia estreado na Espanha na sexta-feira passada

14:07 | Fev. 10, 2023

Por: AFP
Carlos Saura, diretor de clássicos do cinema, como Amor Bruxo e Carmen (foto: Tobias SCHWARZ / AFP)

O cineasta Carlos Saura, considerado uma das grandes figuras da sétima arte espanhola, com mais de 50 filmes, morreu nesta sexta-feira (10) aos 91 anos, anunciou a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha.

Saura "morreu hoje, em sua casa, aos 91 anos, cercado por seus familiares queridos", escreveu a Academia no Twitter, onde o descreveu como "um dos cineastas fundamentais da história do cinema espanhol".

Nascido em 4 de janeiro de 1932, em Huesca, na comunidade autônoma de Aragão, em uma família de artistas, Saura demonstrou uma "atividade incansável" e um "amor pelo ofício até o último momento", disse a Academia.

Seu último filme, "Las paredes hablan" (2022), havia estreado na Espanha na sexta-feira passada.

O diretor faleceu um dia antes de receber o Prêmio Goya pelo conjunto de sua obra na cerimônia de premiação do cinema espanhol que será realizada no sábado (11), em Sevilha.

"Carlos Saura, cineasta, fotógrafo, cenógrafo, artista completo, se foi. Prêmio Nacional de Cinematografia em 1980, sua carreira recebeu todos os prêmios imagináveis, e, sobretudo, o amor, o carinho e o reconhecimento de todas e todos que apreciam seus filmes", disse o ministro da Cultura, Miquel Iceta, no Twitter.

Citado como um dos maiores do cinema espanhol, ao lado de Luis Buñuel e Pedro Almodóvar, Saura dirigiu 50 filmes ao longo de uma carreira de cinco décadas, na qual recebeu inúmeros prêmios.

Abordou inicialmente a perspectiva dos males da sociedade e seus perdedores, para então, a partir da década de 1980, produzir, principalmente, longas-metragens musicais, como sua célebre trilogia flamenca "Bodas de sangue" (1981), "Carmen" (1983), e "Amor Bruxo" (1986), ao lado do dançarino Antonio Gades.

Em 1975, lança o que muitos críticos chamam de uma de suas obras-primas, "Cría Cuervos", prêmio do júri em Cannes, uma alegoria da ditadura que sufocou seu país até aquele ano.