Microsoft diz que iranianos hackearam a revista francesa Charlie Hebdo
A Microsoft declarou, nesta sexta-feira (3), que identificou agentes estatais do Irã como os autores dos ciberataques recentes contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo.
Clint Watts, gerente-geral do Centro de Análise de Ameaças Digitais da Microsoft, disse que os hackers, que se chamam a si mesmos de "Holy Souls" ("Almas Sagradas"), são da empresa de cibersegurança iraniana Emennet Pasargad.
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Em janeiro, os "Holy Souls" anunciaram que obteve informação pessoal sobre mais de 200.000 leitores de Charlie Hebdo e publicou uma amostra a modo de teste.
O ciberataque ocorre depois que a Charlie Hebdo publicou caricaturas do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, em uma edição especial realizada no contexto do aniversário do ataque de 2015 contra a revista que deixou 12 mortos em Paris.
O Irã advertiu oficialmente a França sobre as caricaturas "insultantes e indecentes".
Emennet Pasargad empregou, entre outras pessoas, dois iranianos acusados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de realizar uma cibercampanha para "intimidar e influenciar" os eleitores americanos durante a eleição presidencial de 2020.
Os piratas cibernéticos colocaram à venda a base de dados hackeada da Charlie Hebdo por 20 bitcoins, por volta de 460.000 dólares, segundo a Microsoft, que batizou a operação de "Neptunium".
"Independentemente do que se pense sobre as decisões editoriais da Charlie Hebdo, a divulgação de informação de identificação pessoal sobre dezenas de milhares de seus clientes constitui uma grave ameaça", assinalou a empresa de tecnologia.
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