Partido Republicano dos EUA chega dividido à eleição de seu novo presidente

Dividido, o Partido Republicano dos Estados Unidos enfrenta, nesta sexta-feira (27), o desafio de eleger o novo líder de seu comitê nacional - uma dura disputa que põe à prova a influência do ex-presidente americano Donald Trump com vistas à próxima corrida pela Casa Branca.

O partido conservador enfrenta questionamentos internos por não ter conseguido o controle do Senado nas eleições de meio de mandato de novembro, nas quais conquistou a Câmara de Representantes (baixa) por uma estreita maioria.

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Personalidades do partido destacaram o impacto do desempenho ruim dos candidatos apoiados por Trump, a quem algumas vozes responsabilizam pelo declínio eleitoral.

Apesar deste contexto, Trump já oficializou sua candidatura à Casa Branca, mas o governador da Flórida, Ron DeSantis, ganha força como seu principal adversário às primárias de 2024.

Os 168 membros do Comitê Nacional Republicano se reúnem no luxuoso resort Dana Point, no sul da Califórnia, para decidir quem vai assumir as rédeas do partido no próximo ciclo eleitoral.

Os olhares se voltam para Ronna McDaniel, presidente desde 2017 que tenta a reeleição, e sua principal adversária, a advogada Harmeet Dhillon.

As duas mulheres estiveram ao lado de Trump no passado - McDaniel foi proposta por ele em 2016, quando era presidente, enquanto Dhillon foi sua advogada perante a comissão do Congresso que investigou a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Agora, as duas chegam à disputa sem segurar a mão do ex-presidente, pelo menos em público.

McDaniel, apontada como favorita de Trump pela imprensa americana, não recebeu o apoio oficial do líder do movimento MAGA ("Make America Great Again"), e Dhillon, que se lançou em uma disputa agressiva com a atual presidente, recebeu o apoio de DeSantis.

"Acho que precisamos de uma mudança. Acho que precisamos de sangue novo no Comitê Nacional Republicano", disse o governador durante uma entrevista ao Florida's Voice divulgada na véspera da reunião.

"Gosto do que Harmeet Dhillon disse (...) Precisamos de uma mente fresca", acrescentou DeSantis, lembrando que o Partido Republicano vem de três ciclos eleitorais com resultados "não satisfatórios".

Para Wendy Schiller, professora de ciência política da Universidade Brown, a disputa entre as duas mulheres se tornou um confronto tácito entre DeSantis e Trump.

"DeSantis está tentando se projetar como o próximo líder do partido", disse em entrevista à AFP.

"Não há outro motivo para se pronunciar sobre esta eleição a menos que você esteja planejando disputar a Presidência".

O Comitê Nacional Republicano está à frente do processo de nomeação presidencial, mas deve se manter neutro nas primárias do partido.

Mike Lindell, empresário que também é visto como próximo a Trump, é o terceiro candidato que disputa a presidência do comitê nesta sexta, mas é considerado um concorrente distante.

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EUA política Ron DeSantis Donald Trump Kevin McCarthy Ronna McDaniel

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