Governo interino venezuelano gastou US$ 150 milhões de dinheiro público

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó disse, nesta quinta-feira (26), que seu "governo interino", eliminado por decisão da própria oposição, administrou em quatro anos um orçamento de cerca de 150 milhões de dólares em dinheiro público, bloqueado por sanções internacionais e colocado em suas mãos.

"Tudo o que foi usado em fundos públicos mais ou menos é o orçamento de um município da capital em um ano", justificou Guaidó em um ato de prestação de contas, após a supressão de sua "Presidência interina", que teve amplo apoio internacional.

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Guaidó disse que o dinheiro usado foi aprovado pela Assembleia Nacional, eleita em 2015, e cuja continuidade defende ao não reconhecer as eleições de 2020, nas quais o chavismo retomou o controle do Poder Legislativo.

Este fórum, que tem o apoio dos Estados Unidos como a última instituição democraticamente eleita, estendeu por um ano seu mandato em janeiro, mas eliminou o "governo interino" de Guaidó, que tinha votado em 2019.

"Não chegou a 150 milhões [de dólares] e poderíamos dizer: é muito? É pouco? Quanto é isso? Para defender a democracia, para derrotar uma ditadura", ressaltou.

"A partir do ano de 2020, poder usar recursos públicos foi uma ferramenta de luta para mitigar a crise, que foi usada principalmente no ano de 2020, 70% do orçamento foi usado no programa 'Heróis da Saúde'", que concedia um bônus a trabalhadores do setor em meio à pandemia. "Depois, em 2021, também quase 50% foram destinados à ajuda social".

Guaidó disse que estes recursos foram auditados por uma empresa privada, que manteve em sigilo, e que emitiu um relatório que foi entregue às autoridades dos Estados Unidos, que concedem as licenças para acessar os recursos.

O Banco Central paralelo, criado para fiscalizar estes recursos, reportou desembolsos "no âmbito da Lei Especial do Fundo para a Libertação da Venezuela" de US$ 198,2 milhões.

"Posso ajustar agora com o que foi a última parte de 2022, preciso acabar de atualizar", esclareceu o dirigente a jornalistas após sua apresentação, feita às escuras após um corte de energia no auditório por razões desconhecidas.

O governo do presidente Nicolás Maduro acusou Guaidó e seus aliados de corrupção na gestão dos recursos postos a seu serviço após uma bateria de sanções que buscaram sem sucesso pressionar a queda do presidente chavista.

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