Dezenas de pessoas continuam presas na China por protestar, denuncia HRW

Dezenas de pessoas continuam presas na China por terem participado das manifestações de 2022 contra a política de "covid zero" do governo - denunciou a ONG Human Rights Watch (HRW) nesta quinta-feira (26).

Até mesmo a localização de alguns manifestantes presos é desconhecida, acrescentou a organização, que tem sede nos Estados Unidos.

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Em novembro, manifestações de alcance inédito em anos ocorreram em várias cidades chinesas para exigir o fim das restrições ligadas à política de "covid zero" e, em algumas ocasiões, para reivindicar mais liberdades políticas.

O Partido Comunista, no poder, flexibilizou sua política sanitária no final de dezembro e, desde então, os casos de coronavírus aumentaram em todo o país.

A mídia e ativistas relataram nas últimas semanas que um número desconhecido de pessoas foi detido, incluindo jornalistas e estudantes.

As autoridades devem "libertar e retirar imediatamente todas as acusações contra quem for detido por ter participado das manifestações do 'papel branco'", exigiu a HRW, referindo-se às folhas de papel levadas pelos manifestantes para denunciar a falta de liberdade de expressão.

"A juventude chinesa paga um preço alto por ousar defender a liberdade e os direitos humanos", disse Yaqiu Wang, pesquisadora do HRW.

Nem o governo chinês nem a mídia estatal noticiaram as prisões e mal comentaram os protestos, que ocorreram em cidades importantes, como Pequim e Xangai.

Em conversa com a AFP, familiares dos manifestantes confirmaram, no entanto, várias detenções. Em Guangzhou, por exemplo, Yang Zijiang, de 25 anos, e outros seis manifestantes foram soltos sob fiança no início de janeiro, depois de passarem 30 dias em prisão preventiva, segundo essas fontes.

A HRW também denunciou que o "status" legal e a localização de vários manifestantes são desconhecidos, como Cao Zhixin, de 26, preso após participar de uma vigília.

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