Polícia investiga o motivo do trágico ataque a tiros na Califórnia
A Polícia da Califórnia investigava nesta segunda-feira (23) os motivos que levaram um septuagenário de ascendência asiática a matar a tiros 10 pessoas que estavam celebrando o Ano Novo Lunar em um salão de dança nos subúrbios de Los Angeles.
O suspeito identificado como Huu Can Tran, de 72 anos, era um frequentador do Star Dance Studio, na cidade de Monterey Park, onde dava aulas informais, indicou a imprensa americana, e supostamente acreditava que outros instrutores "falavam mal dele", disse um amigo dele não identificado à CNN.
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Estima-se que ele chegou lá por volta das 22h de sábado (3h20 de domingo no horário de Brasília) e abriu fogo no interior, assassinando 10 pessoas - cinco homens e cinco mulheres, entre 50 e 60 anos - ferindo mais 10.
Em seguida, aparentemente dirigiu até outro salão em Alhambra, cidade vizinha, onde autoridades creem que ele tinha a intenção de realizar um segundo massacre, mas foi detido por um funcionário, de 26 anos, que tomou sua arma.
As imagens da câmera de segurança obtidas pela rede ABC mostram os dois lutando no saguão do Lai Lai Ballroom & Studio.
"Por sua linguagem corporal, sua expressão facial, seus olhos, estava buscando pessoas", afirmou ao The New York Times o jovem que desarmou Tran, Brandon Tsay, cujos avós fundaram o negócio familiar.
Tsay tirou a arma do suspeito, apontou para ele e gritou "Vai, sai daqui", relatou ao jornal.
Tran fugiu e, vários quilômetros ao sul, em Torrance, já no domingo à tarde, atirou contra si mesmo dentro de uma van branca. Naquele momento, as forças de segurança estavam prestes a prendê-lo.
A polícia indicou que o motivo do ataque, que ocorreu enquanto comunidades asiáticas de todo o mundo celebravam a festividade do Ano Novo Lunar, seguia sendo um mistério.
De acordo com a CNN, Tran, que era um imigrante da China, havia conhecido sua ex-esposa há cerca de 20 anos no salão de Monterey Park, uma cidade de população majoritariamente asiática.
A rede não identificou a mulher, mas disse que o casal se conheceu quando Tran dava aulas e ofereceu a ela uma lição. O casamento não durou muito e eles se divorciaram em 2006.
A ex-esposa afirmou que Tran nunca foi violento com ela, mas que se frustrava quando, por exemplo, errava um passo em uma dança.
A CNN também entrevistou um velho amigo de Tran, que informou que em certo momento ele ia ao estúdio "todas as noites". O suspeito era "hostil com muita gente ali", acrescentou.
Segundo o canal, não ficou claro se o atirador continuava visitando regularmente o Star Dance Studio nos últimos tempos.
Tsay, que disse ao The New York Times que é um programador que trabalha vários dias da semana no salão de dança de sua família em Alhambra, afirmou que nunca tinha visto Tran antes.
Inicialmente, as autoridades temiam que o ataque fosse um crime de ódio contra os americanos de origem asiática.
"Não sabemos se isso é especificamente um crime de ódio definido pela lei", disse no domingo o xerife de Los Angeles, Robert Luna, "mas quem entra em um salão de dança e dispara contra 20 pessoas?", questionou.
Monterey Park, a poucos quilômetros do centro de Los Angeles, tem 60 mil habitantes, a maioria asiáticos ou asiáticos-americanos.
Sobre a fita policial de isolamento, no domingo, ainda estavam penduradas as decorações erguidas na cidade para o Ano Novo Lunar.
Anteriormente, dezenas de milhares de pessoas haviam se reunido para o festival de celebração da data, com dois dias de duração, um dos maiores da região. Os eventos previstos para o domingo foram cancelados depois do atentado.
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