Morre aos 118 anos irmã André, a 'pessoa mais velha do mundo'

Irmã André, na última fase de sua vida cega e numa cadeira de rodas, há alguns anos não escondia um certo cansaço

19:12 | Jan. 17, 2023

Por: AFP
Nesta foto de arquivo tirada em 10 de fevereiro de 2021, Irmã André, Lucile Randon no registro de nascimento, a mais velha cidadã francesa e europeia, reza em uma cadeira de rodas, às vésperas de seu aniversário de 117 anos, em um EHPAD (Estabelecimento Habitacional para Dependentes Idosos) em Toulon, sul da França, onde vive desde 2009. A pessoa mais velha conhecida do mundo, Lucile Randon, conhecida como irmã André, morreu aos 118 anos, disse seu porta-voz em 17 de janeiro de 2023. Randon nasceu no sul França em 11 de fevereiro de 1904, quando ainda faltava uma década para a Primeira Guerra Mundial (foto: NICOLAS TUCAT / AFP)

A freira francesa André, reconhecida desde abril como a pessoa mais velha do mundo, morreu na manhã dessa terça-feira, 17, em sua casa de repouso em Toulon, sul da França, disse à AFP o porta-voz do estabelecimento.

"Ela morreu às 2h da manhã" enquanto dormia, afirmou o funcionário ao relatar a morte de Lucile Randon, conhecida como irmã André, nascida em 11 de fevereiro de 1904 na cidade de Alès.

O título de pessoa mais velha do mundo não é atribuído por nenhum órgão oficial, mas os especialistas concordaram que a religiosa era a pessoa mais velha cujo registro civil podia ser verificado.

O livro Guinness dos recordes mundiais conferiu essa classificação em 25 de abril de 2022, após a morte, aos 119 anos, do japonês Kane Tanaka.

Irmã André, na última fase de sua vida cega e numa cadeira de rodas, há alguns anos não escondia um certo cansaço e confessava que desejava "morrer logo".

Mas "Deus não me ouve, deve estar surdo", disse a mulher em uma longa entrevista à AFP em fevereiro do ano passado.

Nascida em uma família protestante não praticante, ela assumiu o hábito tardiamente, na congregação das Filhas da Caridade, e trabalhou até o final da década de 1970.

Mas depois continuou cuidando de outros aposentados, mais jovens que ela.

"Dizem que o trabalho mata, mas é o trabalho que me faz viver, pois trabalhei até os 108 anos", declarou a religiosa na ocasião.