Gucci volta às passarelas na promissora Semana de Moda Masculina de Milão

A Gucci abriu, nesta sexta-feira (13), a Semana de Moda Masculina de Milão, que deixou para trás o formato virtual da pandemia em ambiente de otimismo marcado pelo mais importante crescimento do faturamento da moda italiana em duas décadas.

Entre os pontos altos da temporada está a estreia do vanguardista estilista escocês Charles Jeffrey. E apenas quatros dos 79 eventos programados serão virtuais.

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Nada substitui "a experiência ao vivo, a emoção, a expectativa, os aplausos, as 'top models' desfilando na passarela e a música a todo volume", disse à AFP a consultora de moda Elisabetta Cavatort.

Apresentando as coleções masculinas para o outono-inverno 2023/2024, a semana de Milão começa nesta sexta e vai até a próxima terça-feira (17). Serão 22 desfiles e 36 apresentações.

Segundo a especialista, as coleções vão se concentrar em "peças da moda que durem", enfatizando a importância da volta ao "slow fashion", antítese da moda industrial, assim como "da sustentabilidade".

A Gucci apresentou sua primeira coleção desde a saída de seu emblemático diretor criativo Alessandro Michele, no final de novembro.

Enquanto aguarda a nomeação de um sucessor, o estúdio criativo da Gucci ficou responsável pela direção artística do desfile de Milão.

Foi um desfile minimalista com o qual a casa de moda quis destacar a "estética da improvisação", como ela mesmo indicou. A coleção buscou inspiração no guarda-roupa masculino clássico apostando, porém, em um toque mais subversivo.

A coleção misturou gêneros e cores, combinando jeans desbotados e blusas de lantejoulas com botas de salto verde, vermelho ou rosa.

Os modelos usavam casacos largos com ombreiras e saias longas, além de gorros de lã e bolsas retangulares a tiracolo.

Último diretor criativo da marca, Michele assumiu o cago em 2015 com a missão de recuperar as vendas, em persistente queda. Com suas coleções ousadas, o estilista deu um novo fôlego à marca, carro-chefe do grupo Kering.

As peças estampadas e lúdicas fizeram as vendas da Gucci explodirem (+37%, em 2017, e +44%, em 2018) no início desta parceria. Nos últimos dois anos, porém, seu crescimento desacelerou em comparação a seus rivais.

"Resta saber se a saída de Alessandro Michele abrirá uma mudança de direção para a casa de moda" e se pavimenta caminho para "uma revolução em termos de estilo e sofisticação", acrescentou.

Armani, Prada, Fendi, Dolce & Gabbana e Zegna estão entre as casas de luxo que apresentarão coleções masculinas na capital italiana da moda. Algumas estarão ausentes, como a Versace, que revelará suas coleções masculina e feminina em Los Angeles, no dia 10 de março.

Apesar da guerra na Ucrânia e do impacto da crise energética em uma cadeia de suprimentos faminta por energia, a moda italiana registrou um aumento de 16% na receita em 2022, para 96,6 bilhões de euros.

"Este é o maior volume de negócios dos últimos 20 anos", declarou o presidente da Câmara Italiana de Moda, Carlo Capasa, na apresentação da Semana de Moda Masculina.

Embora as receitas tenham aumentado pela inflação, uma vez que os preços da moda italiana subiram em torno de 9% em 2022, essa alta é "um sinal positivo que fecha um ano marcado por eventos dramáticos e por tempos difíceis", afirmou Capasa.

As exportações de moda "made in Italy" aumentaram 18,7% nos primeiros nove meses de 2022, impulsionadas pelos Estados Unidos (+54,1%) e pelos países do Golfo (+50,8%).

O aumento das vendas para a China foi mais moderado (+18,8%), e as exportações para a Rússia caíram 26% após a invasão da Ucrânia.

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