Lula vê cumplicidade interna na invasão do Planalto e promete ser mais duro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (12), que está "convencido" de que os manifestantes bolsonaristas que vandalizaram a sede presidencial no domingo, em Brasília, tiveram ajuda interna, e prometeu ser mais duro nos próximos dias.
"Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse porque não tem porta quebrada", disse Lula em seu primeiro café da manhã com jornalistas na capital federal.
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"Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui", acrescentou Lula, que disse ver a cumplicidade de policias, agentes de segurança e até membros das Forças Armadas.
No domingo, milhares de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, abalando a capital exatamente no dia em que Lula completava uma semana do início de seu terceiro mandato.
Durante a violenta mobilização, os manifestantes saquearam gabinetes e destruíram obras de arte de valores inestimáveis no ataque aos edifícios que abrigam a Presidência da República, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Daqui para frente a gente vai ser mais duro, mais cauteloso, mais prudente, porque não pode acontecer o que aconteceu nesse final de semana, não pode", disse.
Lula também anunciou uma revisão profunda da equipe que trabalha no Palácio do Planalto.
"A verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares, e nós queremos ver se a gente consegue corrigir para que a gente possa colocar funcionários de carreira, de preferência funcionários civis", disse.
"Não pode ficar ninguém que tenha suspeita de ser bolsonarista raiz aqui dentro", acrescentou.
"Como é que eu vou ter uma pessoa na porta da minha sala que pode me dar um tiro?", questionou Lula, de 77 anos, que derrotou Bolsonaro com uma pequena margem de menos de dois pontos percentuais nas eleições de outubro.
As autoridades investigam quem organizou e como foram financiadas as manifestações que resultaram nos atos de violência.
Além disso, mais de 1.500 pessoas foram detidas depois dos atos de vandalismo que remetem à invasão do Capitólio nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, por simpatizantes do então presidente Donald Trump.
Cerca de 1.100 permanecem sob custódia das autoridades.
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